Você acredita em amor à primeira vista? E antes da primeira vista, por meio de um teclado? Acredita que isso seja possível?
No mundo cibernético, com a chegada do romance virtual, parece que o amor à primeira teclada está na concepção de alguns que entram nas salas de bate-papo em busca de uma aventura sexual, de um romance casual ou de uma relação emocional séria. No entanto, na maioria das vezes, no momento em que saem do virtual e caem na real, percebem que o verdadeiro amor é muito difícil de acontecer via on-line.
“A Internet nos jogou numa nova era romântica. Mas, muitos que tentaram fazer com que os relacionamentos on-line funcionassem na vida real, ficaram decepcionados. Para alguns, é melhor aproveitar o romance cibernético pelo que ele é. Mas, sendo ou não amor, ele pode certamente mudar sua vida.” – Celeste Biever, Amor Eletrônico – Revista Seleções, Outubro de 2007, p. 115.
Muitas pessoas, por meio das teclas de um computador, estão marcando encontros nos quais podem ocorrer tanto um grande romance, como também uma grande decepção e, até mesmo, um inconseqüente adultério.
A jornalista Alice Sampaio, autora do livro “Amor na Internet – Quando o Virtual Cai na Real”, publicado pela editora Record, faz algumas afirmações que merecem uma reflexão:
a) “amor virtual é virtual mesmo, é uma fantasia absoluta”.
b) “Tem desde gente sincera e com boas intenções até gente desonesta, mentirosa e safada”.
c) “Meu livro alerta pessoas de todas as idades de que a Internet não é inocente, pois sempre existe o risco de encontrar alguém perigoso”.
As pessoas mentem muito nas salas de bate-papo da Internet, e na maioria das vezes, não são nada do que dizem ser. Além de se deparar diante de pessoas que só estão querendo uma aventura, há possibilidades de encontrar também estupradores, ladrões, viciados, assassinos e pessoas com problemas morais, cujas preferências sexuais podem ser bem diferentes das suas.
A autora conta em seu livro a história de uma garota de 20 anos que só queria “ficar” e que acabou namorando um rapaz que era na realidade um matador de aluguel. Conta também a história de um rapaz de 19 anos que teclou por três meses com uma linda loirinha de 20, até encontrá-la e descobrir que na realidade tratava-se de um gay de 67 anos. Experiências como essas evidenciam a importância urgente de um diálogo sincero e aberto entre os cônjuges e entre pais e filhos, sobre o uso da Internet.
A Internet pode se transformar, para algumas pessoas casadas, na árvore do conhecimento do bem e do mal plantada dentro de casa. Quando isso acontece, geralmente, a pessoa se vicia a ponto de passar várias horas, seja de dia ou de noite, em busca de sexo.
No tocante “a gente sincera e com boas intenções”, que Alice Sampaio faz menção, logicamente ela se refere a pessoas que estão em busca de um relacionamento emocional sério. Sendo assim, não se trata de gente casada, porque pessoas realmente comprometidas não entram numa sala de bate-papo em busca de amizade com pessoas do outro sexo. Pois, a comunicação on-line pode estimular o romantismo e a abertura do coração a ponto da pessoa fazer revelações íntimas, e assim, começar a desenvolver algum tipo de sentimento e desejo pelo outro.
Não ignore o fato de que a Internet tornou-se o principal meio de infidelidade virtual. Começa-se com “tecla vai, tecla vem” em nome só da amizade, passa-se para confidências e trocas de e-mails, onde podem ocorrer revelações de carências afetivas e de desejos sexuais. Depois, troca-se números de celulares e, finalmente, ocorre o encontro. E assim, o que era apenas virtual se torna totalmente real.
Por isso, o bate-papo pelo computador está se tornando uma das principais vias de adultério do mundo pós-moderno. Pessoas que jamais trairiam seu cônjuge estão sendo estimuladas, e estão encontrando, nas mensagens eletrônicas a tentação quase que irresistível da traição. A verdade é que a Internet está afetando o relacionamento conjugal e o comportamento sexual de muitas pessoas.
As estatísticas mostram que está ocorrendo um crescente aumento de infidelidade virtual e, conseqüentemente, está crescendo o número de divórcios por causa de relações extraconjugais que tiveram início com a prática do sexo virtual. A própria Internet tem sites que mostram isso. Um determinado advogado que se especializou neste tipo de caso, afirma que “o índice de divórcio desencadeado pela prática do sexo virtual tem crescido entre 10% a 40% a cada ano.” – www.exactaexpress.com.br/infidelidadevirtual.htm
A psicóloga Cristina Martins, da cidade de Campinas – SP, realizou uma pesquisa on-line na qual entrevistou 200 mulheres norte-americanas, acima de 21 anos, sobre a infidelidade na Internet. O resultado foi o seguinte: 58% consideram a prática do sexo pela Internet uma traição, 21% acham que ainda não é traição e 21% ficaram neutras.
Independente da opinião de cada pessoa, o fato é que as salas de bate-papo na Internet podem mexer com sua cabeça e seu coração, pois estimulam à imaginação e o desejo, que por sua vez podem afetar e interferir, para o bem ou para o mal, em seus sentimentos, comportamento e relacionamentos.
Fonte: www.vidaadois.net