Todos nós acompanhamos com muita emoção o resgate dos 33 mineiros que ficaram soterrados por 69 dias a quase 700 metros de profundidade em uma mina de ouro e cobre no norte do Chile.
A mina de San José, no deserto de Atacama, sofreu um desabamento no dia 5 de agosto de 2010. Nos primeiros 17 dias, não houve comunicação com o exterior. Os mineiros sobreviveram com duas colheres de atum enlatado, um gole de leite e meio biscoito, a cada 48 horas.
Somente no dia 22 de agosto, quando a perfuração conseguiu chegar ao local em que os trabalhadores estavam confinados, veio a mensagem de José Ojeda: “Estamos bem no refúgio, os 33.” Então a esperança de salvamento deixou de ser uma miragem para ganhar contornos de uma possibilidade remota.
A confirmação de que os mineiros estavam vivos e confiantes de que os técnicos, o governo e todos os envolvidos no resgate fariam os maiores esforços e usariam a melhor tecnologia levou novo ânimo ao Acampamento Esperança, montado pelas famílias, nas proximidades da entrada da mina, logo após o acidente.
A partir daí, os trabalhos foram acelerados e três diferentes planos de resgate passaram a ser executados. Havia muito que fazer, era necessário correr contra o tempo, mas sem atropelar a segurança. Foram mais 33 dias de trabalho intenso e cuidadoso, até que o duto rompesse todas as camadas de rocha e os detalhes finais do resgate começassem a ser equacionados.
O Acampamento Esperança ficava cada vez mais agitado, com os familiares acompanhando os trabalhos e a chegada de jornalistas de muitos países para realizar a cobertura do evento. Finalmente, depois de 69 dias de espera – recorde absoluto em termos de sobrevivência –, a cápsula Phoenix 2 traz à superfície, um a um, todos os 33 mineiros, sãos e salvos.
Essas últimas duas palavras – que usamos de forma quase habitual, sem pensar no seu significado – resumem com precisão a condição dos mineiros ao saírem da sua sepultura rochosa: todos exibiam excelente saúde e vitalidade, além de muitas demonstrações de renovação espiritual, desde que receberam as mini Bíblias, enviadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, até a decisão de usarem as camisetas que estampavam a inscrição “Graças, Senhor” e a mensagem de Salmo 95:4. E, mais recentemente, quase todos os resgatados, juntamente com familiares, cumpriram um roteiro espiritual na Palestina, que incluiu até batismo nas águas do rio Jordão.
Esse fato, ainda bem vivo na memória de todos nós, é mais uma demonstração da importância da fé, da esperança e do amor – as três principais virtudes cristãs. A fé é como um braço forte com o qual nos agarramos à onipotência divina. A esperança se fundamenta na fé, mas também se alimenta das evidências da história e das verdades reveladas por Deus, e focaliza o futuro. Inclui muito de expectativa e desejo, enquanto atua para mudar as realidades do presente. Nesse ponto é que entra o amor, a melhor motivação para agir, para modificar a história. Esse é o combustível de todas as boas ações.
O livro que você tem em mãos é parte de uma grande campanha desenvolvida nos últimos anos em favor da esperança, com o objetivo de discutir uma visão do futuro para mudar o presente. É uma seleção de apenas 11 capítulos curtos, simples, mas provocativos. Discutem algumas das questões que mais interessam a todos nós, como: o porquê do sofrimento, a verdadeira paz, a vida após a morte e a vitória final do amor de Deus.
Eles seguem uma ordem lógica, que começa com a origem dos problemas e termina com a solução definitiva. Mas entre esses dois extremos cada um de nós tem que viver o seu dia a dia e nesse ponto é que a esperança faz toda a diferença.
Temos crises por todos os lados. Quem fica apático ou apavorado está se colocando fora do alcance da solução. Por outro lado, quem aceita questionar, esperar e participar entra num círculo virtuoso que inclui outros elementos, também tratados neste livro, como: Deus, um guia seguro, a verdade.
A boa notícia é que há uma luz no fim. E essa luz está chegando até nós, para iluminar o nosso caminho. Reflita na mensagem deste pequeno livro que apresenta uma grande proposta. Quem tem esperança, tem um grande futuro.
Os editores