Imagine que você estivesse caminhando por uma praia e visse uma frase escrita na areia: “No princípio, criou Deus os céus e a Terra.” Aí se aproxima um surfista brincalhão e diz: “Essas palavras apareceram aí na areia.” Você aceitaria essa “explicação”? Mas, e se ele dissesse que as ondas foram batendo contra a praia e o vento soprando sobre os grãos de areia a ponto de organizá-los daquela forma? Você ainda não acreditaria? E se ele por fim dissesse que isso aconteceu durante milhões de anos? Ajudaria?

É claro que a gente não consegue aceitar uma história dessas. Sabe por quê? Porque intuitivamente sabemos que informação depende de uma fonte informante. Informação não surge do nada. E se uma frase escrita na areia nos leva a essa conclusão, o que dizer da tremenda quantidade de informação contida no código da vida, o DNA?

O núcleo de uma ameba, por exemplo, tem tanta informação que daria para encher uma enciclopédia. E, se fosse impresso como listas telefônicas, o genoma humano formaria uma pilha de volumes de cerca de 170 metros de altura! Esqueça a frase na areia, pois agora a coisa ficou muito mais complicada!

A complexidade da vida aponta para um projeto que, por sua vez, aponta para o Projetista. É exatamente isso o que Paulo escreveu em Romanos 1:19 e 20: “O que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, Seu eterno poder e Sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens [os incrédulos] são indesculpáveis.”

Deus é o criador da vida e ninguém melhor do que Ele para nos dizer como nosso corpo funciona da maneira mais adequada. A boa notícia é que Ele nos deixou um verdadeiro manual de instruções na Bíblia Sagrada. Curiosamente, as oito principais dicas do Fabricante (que alguns chamam de “remédios naturais”) estão delineadas desde o começo, no primeiro livro das Escrituras, o Gênesis. Se forem seguidas, elas podem trazer saúde física, mental e espiritual.

Encare este capítulo como uma verdadeira prescrição do Médico dos médicos. São sete atitudes saudáveis confirmadas por inúmeras pesquisas científicas. Acredite, elas funcionam! E melhor: são gratuitas. Comece pelas que considerar mais fáceis (quem sabe, beber mais água) e vá progredindo na prática das demais. A oitava dica deixamos para o último capítulo. É uma surpresa! Você verá a diferença que ela fez na vida do estressado Paulo, da ansiosa Laura, do depressivo Carlão e da pequena Isabela, com seus episódios de ira. Mas resista à tentação de correr para lá agora. Leia primeiro o que vem a seguir, peça que Deus o ajude a aplicar estes conceitos em sua vida e volte a estas “prescrições” quantas vezes precisar.1

 

Primeira dica: beba água


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“Era a Terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2).

O ser humano é formado por 70% de água, portanto, fica claro que repor constantemente a água que perdemos é uma atitude que representa saúde e longevidade. A água limpa o organismo e elimina as impurezas do sangue. A cada hora passam pelos rins dez vezes o volume do sangue do corpo para serem examinados e purificados

Não tomar água frequentemente deixa o corpo vulnerável a inflamações e infecções, principalmente dos rins e das vias urinárias. Mas qual seria a quantidade ideal de água que deveríamos beber todos os dias? Em média, recomendam-se oito copos por dia, entre as refeições, evitando-se ingerir muito líquido junto com a comida.

Benefícios da água – Quando você bebe água suficiente, seu corpo se sente bem e envia um sinal positivo ao cérebro. Isso ajuda a melhorar o bom humor e, consequentemente, a produtividade.

Quando o estômago recebe água, isso prolonga a sensação de saciedade. Além disso, é bom lembrar que a água não contém calorias, gorduras, carboidratos nem açúcar, substituindo com muita vantagem bebidas com alto teor calórico, como o álcool, os refrigerantes e sucos industrializados.

A água hidrata a pele, o que ajuda a aumentar sua elasticidade e retardar as marcas do envelhecimento.

A água ajuda a fortalecer o sistema de defesa do corpo. Fortalecido, ele pode lutar melhor contra as doenças.

E se eu não beber? – Se você se sente cansado, um dos motivos pode ser a falta de água. Ela elimina toxinas e rejeitos que podem prejudicar o organismo. Além disso, quando você ingere pouca água, o coração precisa trabalhar mais para bombear o sangue.

Muitas vezes, o motivo das dores de cabeça e das enxaquecas tem que ver com a desidratação. Quando a cabeça doer, antes de tomar algum remédio, beba água para se hidratar. Pode ser que o problema seja resolvido.

Mau hálito pode ser sinal de desidratação. A saliva ajuda a boca a se livrar de bactérias e mantém a língua hidratada.

Como você pôde perceber, água é vital, tanto para o planeta quanto para o nosso corpo. Beba água!

 

Segunda dica: tome banho de sol


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“Disse Deus: ‘Haja luz’, e houve luz” (Gênesis 1:3).

Os raios solares exercem múltiplos efeitos sobre o corpo humano. Eles ajudam a combater bactérias e outros micro-organismos. A ação antisséptica é produzida pelos raios ultravioleta. Se a dose de radiação solar que a pele recebe for conveniente, todos os processos vitais serão estimulados pela luz visível, assim como pelos raios infravermelhos e ultravioleta, que não podem ser vistos. Entenda como eles agem:

Na peleDilatam os vasos superficiais, provocando maior afluxo de sangue à pele, contribuindo para evitar o acúmulo de sangue nos órgãos internos do tórax e do abdômen. Estimulam a produção de melanina, pigmento celular que proporciona o tom bronzeado, e, ao mesmo tempo, fortalece as camadas superficiais da pele, protegendo-a contra o excesso de radiação solar. Têm ação bactericida, eliminando diversos micro-organismos. Por isso, ajudam a desinfetar e cicatrizar as feridas superficiais.

Nos ossos – Ajudam a formar a vitamina D nas células da pele. Essa vitamina favorece a assimilação do cálcio ingerido com os alimentos, contribuindo decisivamente na formação e bom estado dos ossos.

Nos músculos – Melhoram a irrigação sanguínea e estimulam os processos bioquímicos produtores de energia que ocorrem nas células musculares. O resultado é maior desenvolvimento e tônus muscular, especialmente benéfico para os enfermos submetidos à imobilização.

No sangue e no metabolismo – Estimulam a hematopoese, ou seja, a produção de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas na medula óssea. Diminuem o nível de glicose no sangue, aumentando a tolerância aos hidratos de carbono, o que é benéfico para os diabéticos.

No sistema cardiorrespiratório – Estimulam o sistema nervoso simpático, elevando a pressão arterial, do pulso, da respiração, do metabolismo basal e o consumo de oxigênio. Mas, à medida que a pele começa a ficar bronzeada e a ficar mais resistente, a pressão arterial e o metabolismo basal diminuem, fazendo com que o pulso e a respiração fiquem mais lentos.

No sistema nervoso – Estimulam as terminações nervosas da pele, influindo favoravelmente sobre o cérebro e provocando uma reconfortante sensação de bem-estar.

No sistema endócrino – Os estímulos luminosos que impressionam a retina são transmitidos ao cérebro em forma de impulsos nervosos que atuam, entre outros órgãos, na hipófise, controlando a produção de hormônios nas demais glândulas endócrinas. A atividade dos ovários e dos testículos, por exemplo, depende em grande parte da quantidade de luz que chega à retina.

Cuidados – Quanto mais tempo ficar sob a radiação solar, e quanto mais clara for a pele, tanto maiores serão os efeitos negativos. Destaque para queimaduras de primeiro grau, envelhecimento da pele e até mesmo o câncer. Nos olhos pode desencadear conjuntivite e queratite (inflamação da córnea), além de favorecer a formação de catarata e degeneração macular (alteração da retina com perda da visão).

Modo de usar – Abra a janela do quarto e afaste cortinas e persianas. Caminhe diariamente ao ar livre, mesmo que esteja nublado. Quando possível, entre as 7 e 9 horas ou entre as 16 e 17 horas, tome seu “banho de sol”. Cerca de 20 a 30 minutos de exposição são suficientes. Se o local em que você trabalha é totalmente fechado, alterne com alguns minutos ao ar livre no horário de almoço. Ao fazer exercícios, prefira estar ao ar livre, ou em um ambiente bem iluminado e com janelas abertas.

 

Terceira dica: respire fundo


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“Então Deus fez o firmamento [atmosfera]. […] E ao firmamento Deus chamou céu” (Gênesis 1:7, 8).

Nossos pulmões inalam mais de dois milhões de litros de ar por dia. Sua área de superfície é grande o suficiente para cobrir uma quadra de tênis. O nariz é o nosso sistema de ar condicionado pessoal: ele aquece o ar frio, esfria o ar quente e filtra impurezas.

O ar contém aproximadamente vinte por cento de oxigênio, sendo o restante nitrogênio e outros gases. Uma vez que o corpo humano funciona com oxigênio, cada uma das células precisa receber um suprimento constante e renovado desse gás, ou então morre.

Diariamente, passam pelos pulmões doze metros cúbicos de ar, que entra no aparelho respiratório, atinge os alvéolos pulmonares, alcançando uma área superior a setenta metros quadrados. O problema é que o mesmo ar que transporta o oxigênio vital também pode levar outros gases menos saudáveis, além de partículas que atingem os alvéolos e outras regiões onde produzem irritação.

Geralmente, a poluição do ar atua como fator coadjuvante na doença de uma pessoa, pois agrava o quadro já existente. Pessoas com doenças respiratórias e cardiovasculares são as mais suscetíveis à poluição atmosférica.

Precisamos respirar – A despeito da poluição do ar, precisamos respirar. Uma pessoa em trabalho sedentário necessita de 300 litros de ar, e se estiver fazendo um trabalho físico intenso, vai precisar de 600 litros. Por isso é importante passar o maior tempo possível em contato com a natureza e nas zonas rurais, onde o ar é mais limpo.

Quando respiramos com regularidade, calma e profundamente, além de irrigar o cérebro, o ar chega a todas as partes dos pulmões, fazendo com que o sangue também circule adequadamente por elas. Há também um aumento da resistência local a infecções das vias respiratórias (laringe, traqueia e brônquios); as mucosidades retidas nas vias respiratórias se mobilizam e saem mediante a expectoração ou tosse; aumenta a resistência às infecções; melhora o rendimento intelectual e reduz a irritabilidade.

Siga estas dicas para respirar melhor:

  • Elimine a fumaça dentro de ambientes fechados.
  • Limpe regularmente os dutos de ar e os filtros dos aparelhos de ar condicionado.
  • Areje sua casa, abrindo portas e janelas pelo menos uma vez por dia. Em dias nublados e cheios de fumaça, faça isso à noite ou logo pela manhã.
  • Se possível, durma com uma janela aberta para ventilar o quarto.
  • Use purificadores de ar com moderação.
  • Não deixe o carro ligado numa garagem contígua à casa ou próximo a uma janela aberta.
  • Faça exercícios físicos aeróbicos (correr, nadar, andar de bicicleta, caminhada vigorosa).
  • Conserve o motor do seu automóvel regulado e, se possível, deixe-o em casa algumas vezes e vá a pé para o trabalho.
  • Beba água, pelo menos de seis a oito copos ao dia.
  • Mantenha a pele limpa e hidratada.
  • Lave os cabelos com frequência.
  • Não jogue lixo nem detritos a céu aberto.
  • Ao estabelecer residência, procure lugares com melhor qualidade de ar.
  • Habitue-se a passar fins de semana e feriados longos fora da cidade. Respire o ar puro do campo.
  • Não se exercite em locais de tráfego automobilístico intenso.

Quarta dica: alimente-se bem


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“Disse Deus: Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês” (Gênesis 1:29).

O cardiologista Everton Padilha Gomes concluiu um estudo intitulado Advento-Incor, em seu doutorado em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O estudo, feito a longo prazo, teve como proposta analisar o estilo de vida dos adventistas do sétimo dia e a prevalência de fatores precipitantes de doenças crônicas, especialmente cardiovasculares. Os resultados dos que seguem a orientação do estilo de vida adventista, incluindo o vegetarianismo, foram comparados com os de pessoas que não pertencem à igreja.

Pesquisas nos Estados Unidos já haviam mostrado que os fiéis adventistas que seguiam as recomendações de saúde da igreja, como alimentação balanceada e exercício físico, viviam até dez anos mais que a média dos americanos. Everton reproduziu a pesquisa norte-americana em São Paulo com 1,5 mil adventistas, com idades entre 35 e 74 anos.

Os participantes foram divididos em três grupos: vegetarianos estritos, ovo-lacto-vegetarianos (vegetarianos que comem ovo e tomam leite) e pessoas que comem carne. O grupo dos vegetarianos obteve as respostas mais significativas: redução de 10% da medida da cintura e colesterol total 10% menor. Os índices que indicam maior predisposição ao diabetes e alterações nos vasos sanguíneos foram animadores: 20% menos.

Everton aproveita os dados para reforçar que “o mais importante é aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras dentro da nossa alimentação, e que os vegetarianos tenham uma dieta equilibrada”.

No início da pesquisa, ele ainda mantinha os mesmos hábitos, até que, pouco a pouco, foi se rendendo: “Ou eu permanecia com autojustificativas (mas eu gosto de verduras; eu também como coisas saudáveis e rejeito alimentos gordurosos; mas eu não tenho tempo para fazer exercício físico, etc.) e depois sofria as consequências de um estilo de vida inadequado, muitas das quais eu já estava começando a padecer, ou eu me rendia diante das evidências”, confessa.

Felizmente, Everton optou pelo caminho mais trabalhoso, mas também mais compensatório. A dedicação ao Estudo Advento foi o grande confronto de que precisava. Seus 128 quilos e índice de massa corporal 41 passaram a incomodar mais do que antes, bem como a preocupação em assumir um discurso médico que coincidisse com suas práticas pessoais de saúde. “Posso dizer que ‘tirei a poeira’ de muita coisa que sabia da medicina e de muita coisa que sabia pela igreja, mas não aplicava”, constata.

A partir da decisão por um novo estilo de vida, Everton afirma que não foi necessária nenhuma fórmula mágica nem dieta especial: “Uma dieta regular de três refeições diárias compostas por alimentos simples; excluí o açúcar e a maioria dos refinados.”

As horas, após o trabalho, gastas com a leitura de e-mails, redes sociais ou Netflix foram substituídas pela esteira. “Não foi fácil, especialmente no primeiro mês. O espantoso é ver que o organismo realmente é dependente de algumas coisas. Inicialmente, eu me sentia sem forças. Depois foi ficando mais fácil. Hoje em dia, sem exagero, sinto até enjoo com o cheiro de determinados alimentos. O meu paladar ficou mais apurado. Enfim, sinto que meu organismo está funcionando melhor. Em três meses, meus exames clínicos mudaram significativa e positivamente. Nem nos meus pacientes, que fazem uso dos medicamentos mais sofisticados, vi algumas das mudanças que experimentei”, ressalta Everton.

O cardiologista perdeu quase 50 quilos em um ano. Enquanto aplicava a pesquisa aos voluntários, ele mesmo passava pela maior experiência. Atualmente, ele sente mais liberdade em aconselhar os pacientes, pois eles veem a diferença na vida do próprio médico.

Além de calorias, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, alimentos como laranjas, brócolis e tomates possuem princípios medicamentosos admiráveis. Esses alimentos, apelidados de funcionais, podem ser classificados em dois grupos: alimentos com atividade imunomodulatória (possuem fitoquímicos capazes de modelar e ativar a ação do sistema imunológico) e alimentos com atividade antioxidante (combatem os radicais livres). A verdade é que os alimentos foram criados para atender às necessidades nutricionais dos seres vivos. Conhecê-los e saber como usá-los é sinônimo de boa saúde.

A melhor forma de ingerir os alimentos é em seu estado mais natural possível. O ideal é que no mínimo cinquenta por cento da refeição sejam de alimentos crus. Prefira alimentos integrais, altamente nutritivos e ricos em fibras capazes de reduzir a exposição a agentes cancerígenos devido à sua capacidade de regular o funcionamento intestinal.

Alimentos muito processados, gorduras animais e gorduras trans, açúcar, sal e cereais refinados trazem muitos prejuízos à saúde, gerando obesidade, câncer, diabetes e diminuição da resistência imunológica. Embutidos e refrigerantes fazem parte de uma longa lista de produtos que comprovadamente fazem mal ao organismo.

É preferível que sejam feitas três refeições por dia, alimentando-se bem pela manhã e de maneira leve à noite, horas antes do momento de dormir. Também é bom evitar ingerir líquidos junto com a comida, como já dissemos.

Uma boa nutrição começa com a sábia escolha dos tipos de alimentos que serão transformados em nutrientes necessários para manter o corpo em boas condições. É no intestino que esses nutrientes são absorvidos. Uma dieta rica em fibras promove o bom funcionamento dos intestinos, o que é muito importante para a saúde.

No século 19, Ellen White aconselhou: “Tomada a refeição regular, deve-se permitir ao estômago um descanso de cinco horas. Nenhuma partícula de alimento deve ser introduzida no estômago até a próxima refeição.”2

As glândulas salivares levam algumas horas para recarregar o “estoque” de ptialina. Quando se come qualquer coisa antes da refeição habitual, o cérebro manda a glândula liberar saliva. O estômago também precisa de um “descanso” entre uma refeição e outra. Por isso, procure comer em horários adequados e evite “beliscar” fora de hora.

Quinta dica: pratique exercícios


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“O Senhor colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” (Gênesis 2:15).

Uma coisa é certa e com ela os médicos do mundo inteiro concordam: fazer exercícios físicos regulares proporciona benefícios que nenhuma caixa de remédio pode oferecer, afinal, fomos criados para uma vida ativa.

No livro Corpo Ativo, Mente Desperta, o professor de psiquiatria em Harvard Dr. John Ratey afirma que níveis tóxicos de estresse desgastam as conexões entre os bilhões de neurônios e que a depressão crônica contrai certas áreas do cérebro, mas que o exercício físico, ao contrário, libera uma cascata de neuroquímicos e fatores de crescimento que podem reverter esse processo, ajudando a sustentar a infraestrutura cerebral. Isso contribui até mesmo para a capacidade de aprendizado.3

Há muitas outras vantagens na prática de exercícios físicos:

  • Eles ajudam a fortalecer o coração e aumentam a capacidade pulmonar, o que dá à pessoa mais disposição para as tarefas comuns do dia a dia.
  • Fazer exercícios físicos previne a osteoporose, pois ajuda os ossos a reter maior quantidade de cálcio.
  • Exercícios aeróbios (correr, andar de bicicleta, nadar e caminhar com energia) combatem o estresse e a depressão, além de, entre outros benefícios, reverter o quadro das doenças metabólicas adquiridas (diabetes, câncer e doenças do coração).
  • Diminuem a pressão arterial, pois, após o exercício, a quantidade de adrenalina diminui. Além de controlar a pressão, a prática moderada do exercício físico evita que pessoas normais venham a sofrer com o problema.
  • O exercício físico regular mostrou-se capaz de reduzir os altos níveis de colesterol e de gordura saturada na circulação. Além disso, aumenta a produção do bom colesterol, que protege as artérias.
  • A prática de exercícios ajuda a recuperar os limites fisiológicos em termos de necessidades alimentares, principalmente se o exercício for acompanhado de alimentação natural. Além disso, a tireoide é estimulada a permanecer várias horas funcionando após o esforço físico, acelerando o metabolismo geral. Isso ajuda a controlar o peso.
  • Exercícios físicos liberam endorfinas e provocam sensação de bem-estar; mantêm a depressão sob controle; em longo prazo reduzem a frequência cardíaca de repouso, aliviando o coração; facilitam a ação da insulina e a circulação periférica, tratando o diabetes tipo 2; melhoram a autoimagem; reduzem a taxa de triglicérides; favorecem o bom sono; e um longo etc.

E se você ainda não se convenceu de que precisa se mexer, saiba que a inatividade continuada pode levar à falta crônica de aptidão física, tornando a pessoa vulnerável ao cansaço e ao esforço físico que fugir ao seu normal. O sedentarismo é causa comprovada de várias doenças.

Portanto, mexa-se! Seu corpo, seu cérebro e suas emoções agradecem.

 

Sexta dica: descanse


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“No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gênesis 2:2, 3).

A idolatria do trabalho encontrou campo fértil em nossa disposição inata para o consumo e o acúmulo de bens. Para ter coisas, muitas vezes, nos matamos de tanto trabalhar. Muitos vivem no limite do cansaço, sem dar um tempo à vida (como o Paulo, lembra?). Descansar é mais do que a suspensão de atividades. É renovação e reconstrução.

Encerre seu expediente no horário normal e, ao voltar para casa, deixe todos os problemas no escritório ou na fábrica. É melhor não ficar pensando que sem você o trabalho não anda ou que a empresa vai falir. Se você ficar doente, ou morrer, outros o substituirão.

Relaxe – Os músculos necessitam de um período de afrouxamento, descanso e recuperação. Lembre-se de que um dos melhores relaxantes fisiológicos é o exercício físico. Meia-hora de caminhada vigorosa, por exemplo, já é suficiente.

Durma – Não sacrifique suas preciosas horas de sono em atividades que o deixarão mais tenso ainda. Se você tem insônia, evite tomar calmantes para dormir. Faça exercícios físicos moderados pelo menos quatro vezes por semana. Não coma muito à noite. Dê preferência a uma alimentação à base de frutas e pão integral. Apague todas as luzes. Um banho morno antes de ir para a cama também ajuda a relaxar. Atividades no computador, filmes de ação e noticiários violentos da TV agitam o cérebro. Leia um salmo da Bíblia e experimente confiar em Deus, entregando-Lhe seus problemas e preocupações.

Um dia em cada semana – Observe um dia da semana como dia especial de repouso físico, mental e espiritual. Como já vimos, foi pensando nisso que Deus estabeleceu a semana mediada por um dia de repouso: o sábado. Nesse dia, o repouso conforme o mandamento bíblico inclui a cessação de todas as atividades do trabalho comum e a separação de tempo para meditar e realizar atividades como, por exemplo, visitar enfermos e pessoas necessitadas (Mateus 12:12). Se você é uma daquelas pessoas que acham que não podem parar nunca, lembre-se de que Deus criou o mundo em seis dias e fez uma pausa no sétimo.

Trinta dias em cada ano – Aproveite as férias para ficar com seus filhos. Esse período deve ser sagrado para a família. Saia e faça coisas diferentes, mude de atividade. Mesmo que seja dono de seu negócio, não abra mão de montar um esquema de férias. Dê um jeito. Você precisa disso. A vida passa, os filhos crescem, nós envelhecemos e morremos, e o trabalho permanece.

 

Sétima dica: pratique o domínio próprio


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“Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2:16, 17).

Compulsão é a dificuldade que uma pessoa tem de exercer controle sobre um hábito. Estima-se que um terço dos brasileiros adultos lutem com algum tipo de compulsão. Fala-se de compulsão alimentar, compulsão relacionada aos vícios de fumar e beber, compulsão sexual, etc.

A compulsão alimentar é responsável em grande parte pelo alto índice de obesidade no mundo. Muitas pessoas comem demasiadamente para preencher algum tipo de vazio – não só o do estômago – e não conseguem controlar o impulso por meio de remédios.

Fumantes têm maior incidência de câncer de pulmão, na boca, câncer de laringe, no esôfago, pâncreas, bexiga e rins do que os não fumantes. Úlceras estomacais e duodenais são sessenta por cento mais comuns entre eles. O vício de fumar subtrai o cálcio dos ossos, acelerando o processo da osteoporose.

O hábito de ingerir bebidas alcoólicas também cobra um preço alto. O álcool promove o aumento da pressão sanguínea e é tóxico para os músculos do coração. Aumenta o risco de derrame, morte súbita decorrente de arritmias e músculos cardíacos doentes, além de contribuir para o desenvolvimento da cirrose e do câncer.

Para vencer – A resistência à compulsão começa com o exercício do domínio próprio, o que pode ser definido em uma palavra: temperança – abstinência de tudo o que é prejudicial e uso equilibrado de tudo o que é bom.

Manter-se informado sobre a importância do estilo de vida saudável ajuda muito, mas buscar forças em Deus também é muito importante. A força recebida por meio da oração e da comunhão com o Criador influenciará nossa capacidade de fazer mudanças, substituições e trocas em nossos hábitos.

Colocadas em prática, as dicas deste capítulo fariam muito bem ao Paulo, à Laura, ao Carlão e até mesmo à pequena Isabela. Você não acha? E se fariam bem a eles, farão bem para você também.

Que tal começar hoje?

 

Bibliografia

  1. Muitas das informações contidas neste capítulo foram extraídas do artigo “Os mais simples remédios”, publicado na revista Vida e Saúde de julho de 2014, pelo jornalista Francisco Lemos.
  2. Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar (Tatuí: CPB, 2002), p. 179.
  3. John Ratey, Corpo Ativo, Mente Desperta (Rio de Janeiro: Objetiva, 2007), p. 13, 14.