Geralmente, repetimos o formato de educação que recebemos de nossos pais, e estes de s seus pais, criando um círculo vicioso. Contudo, isso pode ser mudado, dependendo de suas convicções. Você pode escrever uma nova história em sua família. Minha mãe fez isso.
“O princípio presente na injunção ‘amai-vos cordialmente uns aos outros’ (Romanos 12:10), é a base do próprio fundamento da felicidade doméstica. A cortesia cristã deve reinar em todo lar. Custa pouco, mas tem poder para abrandar naturezas que, sem ela, seriam ríspidas e rudes. O cultivo de uma cortesia uniforme, da disposição de fazer aos outros o que nós gostaríamos que nos fizessem a nós, seria capaz de banir metade dos males da vida” (O Lar Adventista, p. 421; ênfase acrescentada).
Esse princípio que deve ser ensinado pelos pais, em termos simples é: Educá-los para ser amorosos, dar e pedir abraços. Pedir carinho e ser capaz de dá-lo abundantemente. Esse é um princípio que deve ser ensinado e trabalhado com paciência, dia após dia. É o fundamento da felicidade no lar!
Nunca ouvi de alguém que ensinasse a psicologia do ser amoroso. Talvez porque parece simplista e, portanto, parece não ter uma estrutura científica. A escritora norte-americana Ellen White completa a citação ao dizer que os que praticam amor, bom trato e cortesia podem “banir metade dos males da vida”, ou seja, a soma do bem. Metade da vida resolvida.
Outra tremenda citação:
“Animai a expressão de amor para com Deus e uns com os outros. A causa de haver tantos homens e mulheres endurecidos no mundo, é que a verdadeira afeição tem sido considerada fraqueza, sendo cerceada e reprimida. A parte melhor da natureza dessas pessoas foi sufocada na infância; e a menos que a luz do divino amor lhes abrande o frio egoísmo, para sempre arruinada estará sua felicidade. Se queremos que nossos filhos possuam o suave espírito de Jesus, e a simpatia que os anjos por nós manifestam, devemos incentivar os generosos e amoráveis impulsos da infância” (O Desejado de Todas as Nações, p. 361; ênfase acrescentada).
Educação emocional (amar)
Ellen White nos fala a respeito de Educação Emocional! Um conceito “novo”, recentemente cunhado pelo francês PhD em Psicologia Clínica, Claude Steiner, em 2011, autor do livro Educação Emocional. O desenvolvimento de pesquisas no campo das emoções ocorre há mais de 40 anos. Muito antes de Ellen White, Jesus, dois mil anos atrás, ensinou o GRANDE mandamento do amor. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. […] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39). Não é uma opção!
A maior responsabilidade que temos hoje como pais é a de ensinar nossos filhos a AMAR, identificar suas emoções e buscar controlá-las.
O quê? Somente amar? E quanto à obediência, o respeito, a ordem e a limpeza, os valores, etc., etc.? Sim, apenas amar, porque essa é a base de nossa formação acadêmica emocional. Deus, que tudo sabe, nos manda amar; não devemos questioná-Lo. Definitivamente, ensine-os a amar!
Fico um tanto orgulhosa por saber que a educação emocional sempre esteve no currículo da universidade de Deus.
A seguir, Steiner, o pai da Educação Emocional na terra, nos apresenta cinco normas para desenvolver em nossos filhos e em nós a anelada educação emocional:
Conhecer seus sentimentos.
Você conhece seus verdadeiros sentimentos? Muitas pessoas não são capazes de definir os sentimentos de amor, vergonha ou orgulho nem de explicar porque eles são desencadeados. Essas mesmas pessoas não são capazes de definir a intensidade dessas emoções, nem mesmo quando lhes é solicitado que as avaliem em uma simples escala, indo de leve, forte ou esmagadora. Se você não pode avaliar a intensidade de seus próprios sentimentos, não poderá explicar o quanto estes o afetam e aos que o rodeiam.
Ter sincero sentimento de empatia
Você reconhece os sentimentos das demais pessoas? Compreende porque elas se sentem de determinada forma? Essa é a capacidade de “sentir com os demais”; de sentir as emoções alheias como se fossem as suas próprias. A maioria das pessoas apenas tem uma ideia muito superficial do que os demais estão sentindo.
Aprender a lidar com nossas emoções
Você consegue controlar suas emoções? Conhecer nossas emoções e as dos demais não é suficiente para ser emocionalmente culto. Necessitamos saber quando e como a expressão das emoções, ou sua ausência, afetam os outros. Necessitamos aprender como afirmar nossos sentimentos positivos, como por exemplo, a esperança, a alegria e o amor. E também necessitamos saber como expressar nossas emoções negativas, como a ira, o temor ou a tristeza, de forma produtiva, ou quando postergar sua expressão para uma ocasião melhor.
Reparar o dano emocional
Você sabe como pedir perdão e consertar uma situação? Visto que somos humanos, todos cometemos erros emocionais que ferem os outros; mas simplesmente nada fazemos para remediá-los e preferimos “escondê-los debaixo do tapete”. Devemos aprender a reconhecer que agimos mal e a nos corrigir. Para tanto, devemos nos responsabilizar, pedir perdão e corrigir a situação.
Combinar tudo
Por último, se você aprender as habilidades suficientes, poderá desenvolver uma habilidade que eu chamo de “interatividade emocional”. Isso significa que você pode se sintonizar com os sentimentos das pessoas que o rodeiam e sentir seu estado emocional para assim interagir com elas de forma eficaz (p. 52).