Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e Ele considera todas as suas veredas. Prov. 5:21.
O homem aproximou-se de mim enquanto aguardava o vôo no aeroporto de São Luís, no Maranhão. Devia ter uns setenta anos. Demonstrava cansaço. As rugas profundas de sua fronte falavam de sua vida marcada pela dor.
“Assisti muitas mensagens suas na televisão”, disse, “mas nunca pensei em conhecê-lo pessoalmente.” Depois, emocionado, contou-me seu drama, suas lutas e suas contradições. Tinha vivido ao longo de quase trinta anos uma vida dupla. Contou-me das noites sem poder dormir, atormentado pela culpa e o medo de ser descoberto um dia.
E o dia chegou. Sua vida desabou, ruíram seus planos e sonhos. O respeito e a admiração que construíra ao longo dos anos se despedaçaram quando sua vida oculta veio à tona.
“Hoje moro sozinho. Perdi as duas famílias. Sinto vergonha de olhar nos olhos dos meus filhos e netos. Vivo me escondendo de todo mundo e, em meio a essa dor e vergonha, as suas mensagens na TV trouxeram esperança e alívio ao meu coração”, ele acrescentou.
Os caminhos do ser humano são estranhos e incompreensíveis. Ama e, no entanto, anda por caminhos perigosos que, mais cedo ou mais tarde, machucarão as pessoas que são parte das coisas mais belas que recebeu de Deus. Age contra si mesmo. Torna-se o seu pior inimigo. Oculta-se das pessoas como se essa fosse a solução, esquecendo que “os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor”.
Na Sua misericórdia, Deus usa a própria consciência como luz para os olhos, chamando a criatura de volta. Mas o homem insiste em fugir, correr, achando que longe do seu Criador terá um pouco de paz.
Engana-se! Quanto mais distante do seu Criador, mais desesperado viverá. Mais angustiado, atormentado e infeliz, até chegar ao cinismo, terreno pantanoso, areia movediça que lentamente irá devorando a sua vida.
Hoje é um novo dia. Lembrar que Deus considera todas as nossas veredas, obriga-nos a avaliar o caminho que estamos transitando.
O fato de as pessoas não O verem não significa que Deus não o saiba, “porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e Ele considera todas as suas veredas”.
Pr.Alejandro Bullón