Quando eu era estudante, nas férias, costumava vender livros que tratavam de temas ligados à saúde, prevenção de doenças e uso de drogas. Em cada casa que eu oferecia meu material, as pessoas acabavam tocando na questão da religião, talvez por causa do assunto dos livros. Um argumento que eu ouvia em quase todas as casas era: “Acho que não importa qual o caminho, pois todos eles levam a Deus! Basta falar de amor. Se falarmos de amor, falamos de Deus!” O que você acha? Esta afirmação está certa?
Sempre que comparamos o nosso modo de pensar ao de Deus, encontramos muitas diferenças, do mesmo jeito que pais e filhos diferem na forma de encarar a vida. Por exemplo, diante de uma piscina, uma criança de três anos de idade vê “um lugar para se refrescar”, mas os pais enxergam um lugar perigoso onde a criança pode se afogar.
Nós, filhos de Deus, vemos um mundo cheio de atrativos, porém, Deus vê um mundo cheio de armadilhas, de enganos que nos afastam dEle. O homem vê muitos caminhos que podem conduzir à “salvação”, mas Deus vê um único caminho, o caminho que Ele mesmo traçou.
Uma Casa para Deus
Você lembra que no Éden Deus falava com Adão e Eva face a face? (Gênesis 3:8). Mas o casal, exercendo sua liberdade de escolha, se afastou cada vez mais do Seu Criador.
Ao invés do homem CORRER ATRÁS de Deus, foi Deus quem quis ficar pertinho do homem. Ele disse a Moisés: “E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles.” Êxodo 25:8. A vontade de Deus era estar fisicamente no meio do Seu povo. Ele prometeu: “Ali eu me encontrarei com você.” Êxodo 30:6 – NTLH.
Deus deu a Moisés instruções detalhadas, medidas específicas; mostrou-lhe o modelo do santuário que existe no Céu e o advertiu: “Tenha o cuidado de fazê-lo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte.” Êxodo 25:40. Deus tem um santuário no Céu, mas também queria um santuário na Terra. “O mais importante do que estamos tratando é que temos um sumo sacerdote como esse, o qual se assentou à direita do trono da Majestade nos céus e serve no santuário, NO VERDADEIRO TABERNÁCULO QUE O SENHOR ERIGIU, e não o homem.” Hebreus 8: 1 e 2 (Grifo acrescentado).
Como era o Santuário?
Moisés descreveu como era a estrutura do santuário ou tabernáculo, nos capítulos 26 e 27 do livro de Êxodo.
Na parte externa do tabernáculo[1] havia um PÁTIO, onde ficavam dois móveis: o altar de sacrifícios e a pia de bronze, na qual os sacerdotes se lavavam (Êxodo 27 e 30). E na parte interna do santuário, havia dois compartimentos: o LUGAR SANTO e o LUGAR SANTÍSSIMO (Hebreus 9). No lugar santo estavam o castiçal com sete lâmpadas, o altar de incenso e uma mesa onde ficavam doze pães sem fermento.
O lugar santíssimo continha a arca da aliança, onde eram guardadas as tábuas dos Dez Mandamentos, a vara do sacerdote Arão e uma vasilha com o maná. A arca era coberta por uma tampa, chamada propiciatório. Esta tampa era decorada com a figura de dois anjos com as faces voltadas uma para a outra. Era no propiciatório que Deus se manifestava visivelmente, através do SHEKINAH, a glória divina (Êxodo 25:22).
A entrada no santuário era restrita, pois Deus estava ali. Quem entrasse nele deveria obedecer a regras muito rígidas:
- Qualquer pessoa só podia entrar até o pátio;
- No lugar santo só entravam os sacerdotes, que eram os homens separados por Deus para trabalhar no santuário;
- Somente o sumo sacerdote, o sacerdote principal, poderia entrar no lugar santíssimo.
Para que Servia o Santuário?
Muitas pessoas continuam pensando que Cristo foi apenas mais um mestre judeu, mais um “bom homem”. Estas pessoas “esquecem” que o nascimento, ministério e morte de Jesus foram indicados desde a queda de Adão e Eva (Gênesis 3:21; Apocalipse 13:8), quando um cordeiro teve que ser morto por causa do pecado deles, pois o cordeiro representava a morte de Cristo. Mais tarde, 1500 anos antes de Jesus nascer neste mundo, Deus ordenou a construção de um santuário, onde todo o ritual apontava para “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” João 1:29. “Assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos.” Hebreus 9:28.
O ritual do santuário prefigurava a GRAÇA DE CRISTO; era O EVANGELHO DO ANTIGO TESTAMENTO, O PLANO DA SALVAÇÃO REPRESENTADO EM FIGURAS. Se você vivesse entre os dias em que o santuário foi erigido até o dia em que Jesus se ofereceu como sacrifício na cruz, cada vez que pecasse, seguiria um ritual assim:
1° Você deveria levar um cordeiro e entrar no santuário pela primeira porta, a do pátio. Esta era chamada “CAMINHO”;
2° No pátio, você colocaria o cordeiro sobre o altar de sacrifícios e, com suas mãos sobre a cabeça do animal, confessaria seus pecados a Deus na presença do sacerdote. Este ato seria como se você estivesse transferindo sua culpa para o animal. Em seguida, você mesmo mataria o cordeiro. Isto representava a morte de Cristo – um inocente morrendo em seu lugar! Então, você entregaria o animal morto ao sacerdote que, a partir daí, seria seu intercessor, seu representante (ver Levítico 6:1-7).
Todos os pecados cometidos pelo povo e pelo próprio sacerdote eram “transferidos” para dentro do tabernáculo, no lugar santo. Para entrar ali, o sacerdote passava pela segunda porta, chamada “VERDADE”. Na cortina que separava o lugar santo do lugar santíssimo, o sacerdote espirrava o sangue do animal, que continha simbolicamente os pecados do povo.
Este ritual acontecia constantemente e era como se, durante o ano todo, o santuário ficasse contaminado com os pecados do povo! Por isso, Deus ordenou a Moisés que deveria haver UM DIA NO ANO em que o santuário seria purificado. Nesse dia, todos os pecados acumulados no santuário seriam apagados, perdoados – e o santuário seria, então, purificado (ver Levítico 16). O dia da purificação era muito especial. Ele era chamado O DIA DA EXPIAÇÃO; em hebraico, o YOM KIPPUR, ou seja, o dia do perdão dos pecados e da purificação do santuário.
O Dia da Purificação do Santuário
O povo se preparava espiritualmente para aquele dia, pedindo perdão por seus pecados e reconciliando-se com Deus. O sumo sacerdote também precisava pedir perdão e se purificar, pois compareceria diante de Deus. Então, nesta única vez no ano, ele passava pela primeira, segunda e terceira portas do santuário e ia até o lugar santíssimo. Ao passar pela terceira porta, chamada “VIDA”, o sacerdote se colocava na real presença de Deus, pois sobre a arca, havia uma luz que nunca se apagava. Ela permanecia acesa sobrenaturalmente, sem combustão e sem auxílio de mãos. Era o SHEKINAH, a luz da presença de Deus. Você consegue perceber que coisa fantástica acontecia ali? O SUMO SACERDOTE, que era o REPRESENTANTE DOS PECADORES, levava para a presença de Deus, fisicamente presente através da SHEKINAH, o SANGUE DO CORDEIRO, que representava o sangue de Cristo. Era o encontro entre O PECADOR, A JUSTIÇA DE DEUS e O SANGUE DE CRISTO, que limpa o pecador.
O Único Caminho
Para se pôr na presença de Deus o sacerdote passava pelas três portas: “CAMINHO”, “VERDADE” e “VIDA”. Você lembra a resposta de Jesus aos discípulos quando eles O questionaram a respeito do caminho para o Céu, para a salvação? Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” João 14:6. Coincidência? Jesus declarou a todos que NÃO EXISTEM MUITOS CAMINHOS que levam a Deus. Mas Ele é a ÚNICA PORTA DA SALVAÇÃO!
Lembre-se disto! Perceba que tem um monte de gente dizendo que existem outros caminhos, outras verdades. Dizem que existe um deus dentro de você! Que há outras saídas para a morte, que você é imortal! Outros afirmam que tanto faz se você crê em qualquer outra doutrina, mesmo que ela não seja apresentada pela Bíblia! Mas o que Jesus diz? Ele é o caminho! A Bíblia deixa claro que “não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12.
Você tem andado por outros caminhos? Que caminho você procura? Se você está vagueando, cansado de buscar o caminho certo, Jesus, O ÚNICO CAMINHO, faz um convite a você: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo.” João 10:9.
[1] “O tabernáculo visava fornecer um lugar onde Deus pudesse habitar entre o seu povo. O termo tabernáculo algumas vezes refere-se à tenda, incluindo o lugar santo e o lugar santíssimo, os quais eram cobertos com cortinas bordadas. Em outros lugares, porém, refere-se ao complexo inteiro, incluindo o átrio entre cortinas onde a tenda se localizava.” Bíblia de Estudo Plenitude. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, pág. 91.