O Livro dos Salmos é um dos mais populares do Antigo Testamento. Em primeiro lugar, porque os Salmos são poesia, e a atração da linguagem poética é muito mais ampla. Em segundo lugar, porque os Salmos refletem a sabedoria, o louvor e as orações de homens de Deus.
Os salmos relatam experiências dos filhos de Deus, e falam também do infinito amor e compaixão de nosso Pai celestial, provendo recursos para nos ajudar a vencer a dúvida e o desalento.
A palavra grega para “salmos” significa “cânticos sagrados entoados com acompanhamento musical”. O título-padrão no hebraico significa “louvores”. “Os Salmos são poemas, e devem ser apreciados como tais. A forma é música (em poesia), e a essência é louvor. Salmo é um poema que é cantado como expressão de louvor a Deus” – R.B. Allen, Praise! A Matter of Life and Breath (Nashville: Thomas Nelson, 1980), pág. 27.
Martinho Lutero, em 1528, fez a seguinte declaração a respeito do livro dos salmos:
“O Livro dos Salmos ‘bem poderia ser chamado de pequena Bíblia. Mui bela e sucintamente, nele é abrangido tudo que se encontra em toda a Bíblia. … Quem não pudesse ler a Bíblia inteira teria aí um resumo dela, num livrinho.’’ – Em Luther’s Works (Filadélfia: Fortress, 1960 [1528]), vol. 35, pág. 254; citado por H. J. Kraus, Theology of the Psalms, pág. 12).
Não podemos negar a grande importância dos salmos na época em que foram escritos, mas é interessante notar que eles foram mais citados no Novo Testamento do que no Antigo Testamento. Na verdade, muitos aspectos da vida e obra de Cristo foram preditos nos Salmos. O salmista predisse os sofrimentos de Cristo na cruz (Comparar Sl 22 com Mt 27:35-46) e sua ressurreição (Ver At 2:25-33 onde é citado o Sl 16:8-11).
O livro de Salmos foi composto por mais de um autor, num período de aproximadamente 1.000 anos, que vai desde o tempo de Moisés até depois do exílio. As palavras introdutórias dos salmos, nos dizem muito a respeito de seus autores.
Entre os cabeçalhos dos Salmos, 73 contêm palavras : “de Davi”. Doze salmos são atribuídos a Asafe (comparar com I Crônicas 15:16 e 17; 16:4 e 5). Declara-se que onze salmos provêm “dos filhos de Core” (Comparar com Números 26:11; I Crônicas 9:19). Três salmos são atribuídos a Jedutum (39, 62 e 77), dois a Salomão (72 e 127), um a Hemã (88), um a Etã (89) e um a Moisés (90).
Tradicionalmente se atribui a autoria da maioria dos Salmos a Davi. Eles foram escritos em diversas circunstancias de sua vida, sendo que alguns possuem informações históricas, em seus cabeçalhos, que não são colocadas em todas as Bíblias.
No cabeçalho de catorze salmos de Davi (3, 7, 18, 34, 51, 52, 54, 56, 57, 59, 60, 63 e 142) as notas biográficas nos falam que os salmos provieram da “caverna” (Sl 57), da ameaça de Abimeleque (Sl 34), do confronto com o profeta Nata (Sl 51), etc.
Pode ser útil conhecer a circunstância que conduziram à composição de um salmo, mas não é indispensável. A maioria dos salmos não dá qualquer indicação da forma como foi escrito.
O mais importante do livro dos Salmos é sua mensagem sempre viva e atual, que tem permanecido durante séculos e séculos, como uma fonte de inspiração, sabedoria, conforto e esperança. Podemos ter certeza de que:
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” Salmos 46:1.
Podemos confiar que Ele está sempre pronto a nos ouvir. Por isso podemos dizer o mesmo que o Salmista: “Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas” Salmos 116:1.
Ele é também Aquele não Se cansa de ajudar, que “salva”, “ajuda” e “socorre” (]ver Sl 3:7; 7:6; 12:1; 44:23-26); está perto “dos que têm coração quebrantado”(Sl 34:18) e “de todos que O invocam” (Sl 145:18).
Que este Deus maravilhoso possa ocupar o primeiro lugar em sua vida.