Aquele que provocou a rebelião no Céu desejava levar os habitantes da Terra a se unirem a ele na guerra contra Deus. Adão e Eva haviam sido per­feitamente felizes enquanto obedeciam à lei divina. Isso era um cons­tante testemunho contra a alegação em que Satanás insistiu no Céu, de que a lei de Deus era opressora. Satanás estava decidido a provo­car a queda de nossos primeiros pais, com o objetivo de tomar pos­se da Terra e aqui estabelecer o seu reino em oposição ao Senhor.

Adão e Eva tinham sido advertidos contra esse perigoso adver­sário, mas ele agiu nas trevas, ocultando suas intenções. Utilizan­do como seu intermediário a serpente, na época uma criatura de fascinante aparência, dirigiu-se a Eva: “Foi isto mesmo que Deus disse: Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?” Eva arriscou-se a argumentar com ele, e caiu vítima de seu engano. “Respondeu a mulher à serpente: ‘Podemos comer do fruto das ár­vores do jardim, mas Deus disse: Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vo­cês morrerão’” (Gênesis 3:1-3). “Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sa­bendo o bem e o mal” (Gênesis 3:4, 5, ARC).

Eva cedeu e, através de sua influência, Adão foi levado a pecar. Aceitaram as palavras da serpente; desconfiaram de seu Criador, e imaginaram que Ele estava restringindo a liberdade deles.

Deus disse: “No dia em que dela comer, certamente você mor­rerá” (Gênesis 2:17). Mas como Adão compreendeu o sentido dessas palavras? Deveria ele ser promovido a uma condição mais elevada de existência? Adão não achou que esse era o sentido da sentença di­vina. Deus declarou que, como penalidade de seu pecado, o ser hu­mano voltaria à terra de onde fora tirado: “Você é pó, e ao pó voltará” (Gênesis 3:19). As palavras de Satanás: “Seus olhos se abrirão”, mos­traram-se verdadeiras em apenas um sentido: os olhos deles se abri­ram para perceber sua própria tolice. Conheceram de fato o mal e provaram o amargo resultado da transgressão.

A árvore da vida possuía o poder de perpetuar a vida. Adão po­deria ter continuado a desfrutar de livre acesso àquela árvore, e as­sim teria vivido para sempre. Quando pecou, entretanto, foi afastado da árvore da vida e tornou-se sujeito à morte. A imortalidade havia sido perdida pela transgressão. Não teria havido esperança para a raça pecadora se, pelo sacrifício de Seu Filho, Deus não tivesse tra­zido novamente a imortalidade ao seu alcance. É verdade que “a mor­te veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12), mas Cristo “trouxe à luz a vida e a imortalidade por meio do evan­gelho” (2 Timóteo 1:10). A imortalidade só pode ser obtida através de Cristo. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida” (João 3:36).

A primeira mentira – O único que prometeu vida na desobediên­cia foi o grande enganador. A declaração da serpente no Éden: “Certa­mente não morrerão”, foi o primeiro discurso a respeito da imortalidade da alma. Apesar disso, essa afirmação, que está baseada apenas na autoridade de Satanás, é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o foi pelos nossos primeiros pais. Afirma-se que a sen­tença divina: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:20, ARA), em realidade significa: A alma que pecar não morrerá, mas viverá eter­namente. Se o livre acesso à árvore da vida tivesse sido permitido ao ser humano após a queda, o pecado teria sido imortalizado. Mas não foi permitido a nenhum membro da família de Adão participar do fruto que concede vida eterna. Não há, portanto, nenhum pecador imortal.

Depois da queda, Satanás ordenou a seus anjos que difundis­sem a crença na imortalidade natural do ser humano. Ao induzirem o povo a receber esse erro, deveriam levá-lo a concluir que o peca­dor viveria em eterna desgraça. Hoje o príncipe das trevas representa Deus como um tirano vingativo, declarando que Ele mergulha num inferno todos aqueles que não Lhe agradam e que, enquanto se con­torcem em chamas eternas, o Criador olha para eles com satisfação. Assim o chefe dos demônios reveste com seus próprios atributos o Benfeitor da humanidade. A crueldade é satânica. Deus é amor. Sa­tanás é o inimigo que leva o ser humano a pecar, e então o destrói, se o pode fazer. Quão repugnante ao amor, misericórdia e justiça é a ideia de que os perdidos são atormentados num inferno eternamen­te a arder, e que pelos pecados de uma vida tão breve serão tortura­dos enquanto Deus existir!

Onde, na Palavra de Deus, é encontrado tal ensino? Deverão os sentimentos da humanidade ser trocados pela crueldade selvagem? Não, esse não é o ensino da Palavra de Deus. “Juro pela Minha vida, palavra do Soberano, o Senhor, que não tenho prazer na morte dos ím­pios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos!” (Ezequiel 33:11).

Porventura Deus Se agrada em contemplar incessantes tortu­ras? Alegra-Se com os gemidos e gritos de sofredoras criaturas, por Ele mantidas em chamas? Poderão esses terríveis sons ser música aos ouvidos do Amor infinito? Que terrível blasfêmia! A glória de Deus não é exaltada ao ser perpetuado o pecado ao longo de eras sem fim.

O erro do tormento eterno – O mal tem sido promovido atra­vés da heresia do tormento eterno. A religião da Bíblia, repleta de amor e bondade, é obscurecida pela superstição e revestida de ter­ror. Satanás tem apresentado o caráter de Deus de maneira distor­cida. Nosso misericordioso Criador é temido e até mesmo odiado. As opiniões aterrorizadoras sobre Deus têm produzido milhões de céticos e ateus.

O tormento eterno é uma das falsas doutrinas, o vinho das abomi­nações que “Babilônia” faz todas as nações beberem (veja Apocalipse 14:8; 17:2). Se nos desviamos dos ensinos da Palavra de Deus, aceitando falsas doutrinas porque foram ensinadas por nossos pais, recebemos a condenação pronunciada sobre “Babilônia”. Estamos bebendo do vinho de suas abominações.

 

A imortalidade só pode ser obtida através de Cristo

 

Muitas pessoas são levadas ao erro oposto: percebem que a Bíblia represen­ta Deus como um Ser de amor e compai­xão, e não conseguem crer que Ele envie Suas criaturas às labaredas de um infer­no a arder eternamente. Mas, ao crerem que a alma é imortal, concluem que toda a humanidade será salva. Dessa maneira, o pecador pode viver em prazeres egoístas, não se importando com os mandamentos de Deus, e ainda assim receber a aprovação divina. Tal doutrina, que reconhece a misericórdia de Deus, mas ignora Sua justiça, agrada ao coração não transformado.

Todos serão salvos? – Aqueles que creem na salvação universal dis­torcem a Bíblia. Muitos repetem a falsidade apresentada pela serpen­te no Éden: “Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Essas pessoas declaram que os piores pecadores – assassinos, ladrões, adúlteros – depois da morte estarão preparados para entrar na bem-aventurança eterna. Agradável fábu­la, muito apropriada para satisfazer o coração pecaminoso!

Se fosse verdade que a alma vai diretamente para o Céu no mo­mento da morte, seria correto desejar mais a morte do que a vida. Por essa crença, muitos têm sido levados a acabar com a própria existência. Dominados por dificuldades e frustrações, parece fácil romper o fio da vida e voar para as bênçãos do mundo eterno.

Deus deu em Sua Palavra prova conclusiva de que punirá os transgressores de Sua lei. Será Ele demasiado misericordioso para exercer justiça sobre o pecador? Basta contemplar a cruz do Calvá­rio. A morte do Filho de Deus mostra que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23) e que toda violação da lei de Deus precisa ser punida. Cristo, que não tinha pecado, tornou-Se pecado pelo ser hu­mano. Suportou a culpa da transgressão e o ocultamento da face do Pai, até que Seu coração fosse partido e Sua vida se desfizesse. Todo esse sacrifício foi feito para que os pecadores pudessem ser salvos. E todos aqueles que se recusam a receber o perdão providenciado a tal custo devem carregar sua própria culpa e castigo da transgressão.

As condições são apresentadas – “A quem tiver sede, darei de be­ber gratuitamente da fonte da água da vida” (Apocalipse 21:6). Essa promessa é apenas para aqueles que têm sede. “O vencedor herdará tudo isto, e Eu serei seu Deus e ele será Meu filho” (Apocalipse 21:7). As condições são especificadas. Para receber a recompensa, teremos de alcançar a vitória.

“Para os ímpios, no entanto, nada irá bem” (Eclesiastes 8:13). O pecador está “acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o Seu justo julgamento. Deus ‘retribuirá a cada um conforme o seu procedimento’. […] Haverá tribulação e an­gústia para todo ser humano que pratica o mal” (Romanos 2:5, 6, 9).

“Nenhum imoral, ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5:5). “Felizes os que lavam as suas vestes, e assim têm direito à árvore da vida e podem entrar na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os que praticam fei­tiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idóla­tras e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 22:14, 15).  

Deus declarou aos seres humanos qual é o Seu método de tratar com o pecado. “Todos os rebeldes serão destruídos” (Salmo 37:38). A autoridade do governo divino será utilizada para eliminar a rebelião, mas as manifestações da justiça que retribui serão correspondentes ao caráter de Deus, que é misericordioso e bondoso.

Deus não força a vontade. Ele não tem prazer na obediência es­crava. Deseja que aqueles criados por Suas mãos O amem porque Ele é digno de amor. Deseja que Lhe obedeçam porque reconhecem de maneira inteligente Sua sabedoria, justiça e benevolência.

Os princípios do governo divino estão em harmonia com o man­damento do Salvador: “Amem os seus inimigos” (Mateus 5:44). Deus executa justiça sobre os ímpios para o bem do Universo, e até mes­mo para o bem daqueles sobre quem Seus juízos são executados. Ele os faria felizes, caso fosse possível. Deus os cerca de manifestações de Seu amor e lhes oferece Sua misericórdia. Porém, eles despre­zam Seu amor, anulam Sua lei e rejeitam Sua misericórdia. Cons­tantemente recebem as dádivas de Deus, e ainda assim desonram

o Doador. O Senhor tolera por muito tempo a perversidade deles; mas jamais acorrentará esses rebeldes a Seu lado, forçando-os a fa­zer Sua vontade.

Despreparados para entrar no Céu – Aqueles que escolheram o mal não estão preparados para comparecer à presença de Deus. Orgu­lho, engano, devassidão e crueldade fixaram-se em seu caráter. Como eles poderiam entrar no Céu, para morar eternamente com aqueles a quem odiaram na Terra? A verdade nunca será agradável ao menti­roso; a humildade não satisfará o orgulhoso; a pureza não é aceitável ao corrupto; o amor abnegado não parece atraente ao egoísta. Que fonte de alegria poderia o Céu oferecer para aqueles que se acham absorvidos em interesses egoístas?

Poderiam aqueles que têm o coração cheio de ódio a Deus, à ver­dade e à santidade, unir-se à multidão celestial e aos seus cânticos de louvor? Muito tempo lhes foi concedido, porém jamais exercita­ram a mente no amor à pureza. Jamais aprenderam a linguagem do Céu. Então, será tarde demais.

Uma vida de rebeldia contra Deus os desqualificou para o Céu. A pureza e santidade desse lugar seriam uma tortura para eles; a glória de Deus seria um fogo consumidor. Desejariam fugir daquele santo lu­gar e dariam boas-vindas à destruição, para que pudessem esconder-se da face de quem morreu para salvá-los. O destino dos perdidos é de­terminado por sua própria escolha. Sua exclusão do Céu é espontâ­nea, da parte deles, e justa e misericordiosa da parte de Deus. Como as águas do Dilúvio de Noé, o julgamento do grande dia confirma o veredicto divino, de que os ímpios são incorrigíveis. A vontade deles foi exercitada na rebelião. Ao terminar a vida, é tarde demais para alterarem seus pensamentos da transgressão para a obediência, do ódio para o amor.

Dois destinos – “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23). Enquanto que a vida é a herança dos justos, a mor­te é o destino dos ímpios. A “segunda morte” é contrastada com a vida eterna (veja Apocalipse 20:14).

Em consequência do pecado de Adão, a morte passou a toda a raça humana. Todos igualmente descem à sepultura. E através do plano da salvação, todos ressuscitarão. “Haverá ressurreição tanto de justos como de injustos” (Atos 24:15). “Da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados” (1 Coríntios 15:22). Porém, existe uma distinção entre os dois gru­pos de pessoas que ressuscitam. “Todos os que estiverem nos túmu­los ouvirão a Sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem conde­nados” (João 5:28, 29).

Fim do sofrimento – Aqueles que foram “considerados dignos” da ressurreição da vida (Lucas 20:35), são “felizes e santos”. “A segunda morte não tem poder sobre eles” (Apocalipse 20:6). Mas aqueles que não receberam o perdão, através de arrependimento e fé, receberão o “salário do pecado”, ou seja, a punição “conforme o seu procedimen­to” (Romanos 2:6), que finaliza com a “segunda morte”.

Visto ser impossível para Deus salvar os pecadores em seu peca­do, Ele os priva da existência, que perderam por suas transgressões, e da qual mostraram ser indignos. “Um pouco de tempo, e os ímpios não mais existirão; por mais que você os procure, não serão encon­trados” (Salmo 37:10).

 

Deus não força a vontade. Ele não tem prazer na obediência escrava.

 

Assim será o fim do pecado. João, no Apocalipse, ouve uma antífona univer­sal de louvor, não perturbada por qual­quer nota de desarmonia (veja Apoca­lipse 7:9-12). Não haverá almas perdidas para blasfemarem de Deus, contorcendo­se em tormento interminável. Não exis­tirão seres infelizes no inferno, unindo seus gritos aos cânticos dos salvos.

A doutrina de que o ser humano está consciente na morte baseia-se no erro de que ele possui imortalidade inata. Assim como o tormento eterno, essa doutrina contradiz os ensinos da Bíblia, a razão e nossos senti­mentos de humanidade.

Segundo a crença popular, os salvos no Céu conhecem tudo o que ocorre na Terra. Mas como poderiam os mortos ser felizes sa­bendo das dificuldades dos vivos, vendo-os suportar todas as tris­tezas, desapontamentos e angústias da vida? Quão revoltante é a crença de que, logo que o fôlego deixa o corpo, a alma do perdido é entregue às chamas!

O que diz a Bíblia? O ser humano não está consciente na mor­te. “Sai-lhes o espírito, e eles tornam para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos” (Salmo 146:4, ARC). “Os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem […]. Para eles o amor, o ódio e a inveja há muito desapareceram; nunca mais terão parte em nada do que acontece debaixo do Sol” (Eclesiastes 9:5, 6). “A sepultura não pode louvar-Te, a morte não pode cantar o Teu louvor. Aqueles que descem à cova não podem esperar pela Tua fidelidade. Os vivos, somente os vivos, Te louvam, como hoje estou fazendo” (Isaías 38:18, 19). “Quem morreu não se lembra de Ti. Entre os mortos, quem Te louvará?” (Salmo 6:5).

Paulo escreve: “Se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. Neste caso, também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1 Coríntios 15:16-18). Se durante quatro mil anos, os justos, ao morrer, tivessem ido diretamente para o Céu, como poderia Paulo haver dito que, se não há ressurreição, “os que dormiram em Cristo estão perdidos”?

Finalmente imortais – Quando estava para deixar Seus discípulos, Jesus lhes disse que um dia estariam com Ele: “Vou preparar-lhes lu­gar. E se Eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para Mim, para que vocês estejam onde Eu estiver” (João 14:2, 3). Paulo também afirma que “dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombe­ta de Deus, o próprio Senhor descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre”. E acrescenta: “Consolem-se uns aos outros com essas palavras” (1 Tessalonicenses 4:16-18). Na vinda do Senhor, as algemas do túmulo serão quebradas e os “mortos em Cristo” ressuscitarão para a vida eterna.

Todos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros e recompensados segundo suas ações. Esse juízo não ocorre por oca­sião da morte. Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça” (Atos 17:31). “O Senhor vem com milhares de milhares de Seus santos, para julgar a todos” (Judas 14, 15).

Se, porém, os mortos já estão desfrutando da bem-aventurança celestial ou contorcendo-se nas chamas do inferno, que necessidade há de um juízo futuro? A Palavra de Deus pode ser entendida por to­dos. Que mente imparcial, contudo, é capaz de ver sabedoria ou jus­tiça nessa falsa teoria? Ao entrarem no Céu, Jesus dirá: “Muito bem, servo bom e fiel! […] Venha e participe da alegria do seu Senhor!” (Mateus 25:21). Porém, como os justos poderão receber esse elogio se estiveram morando em Sua presença durante longos séculos? E se­rão os ímpios convocados do lugar do tormento eterno a fim de rece­ber novamente a sentença do Juiz?

A teoria da imortalidade da alma foi uma das falsidades que os cristãos tomaram emprestadas do paganismo. Lutero classificou-a entre as “monstruosas fábulas que fazem parte do lixo romano das decretais” (E. Petavel, The Problem of Immortality, p. 255). A Bíblia, entretanto, ensina que os mortos dormem até a ressurreição.

Bendito descanso para o justo exausto! Seja longo ou breve o tem­po em que permanece na sepultura, parece-lhe apenas um breve mo­mento. “A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. […] Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: ‘A morte foi destruída pela vitória’” (1 Coríntios 15:52, 54).

Quando os salvos são chamados de seu profundo sono, o pensamen­to deles começa exatamente onde havia parado. A última sensação foi a agonia da morte; o último pensamento, o de que estavam sendo domina­dos pela sepultura. Ao se levantarem da tumba, seu primeiro alegre pen­samento será expressado na triunfante aclamação: “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” (1 Coríntios 15:55).