fmO casamento ideal não surge por acaso. Ele vai ficando forte à medida que o enriquecemos através do comprometimento, comunicação eficaz, cooperação, compreensão e amor. Nesta lição, daremos início ao estudo destes elementos indispensáveis para um relacionamento satisfatório.

1.         Construindo uma relação sólida

Palestrando em uma universidade, Ruth Peale foi desafiada por uma aluna:

  • – Sra. Peale, na minha opinião, logo, logo o casamento vai desaparecer. Eu não acredito que seja necessário, ou mesmo desejável, alguém ficar preso a outra pessoa pelo resto da vida!

Após outros comentários nos quais a universitária apenas depreciava o casamento, Ruth Peale deu sua resposta:

  • – Eu me considero uma das mulheres mais afortunadas da Terra. Sou totalmente casada com um homem, no pleno sentido da palavra: física, emocional, intelectual e espiritualmente. Somos tão unidos que você não conseguiria colocar uma lâmina entre nós. Não somos dois indivíduos solitários e competidores. Somos um. E não há nada na vida que se compare a isso. No entanto, vocês jamais experimentarão tal unidade, e nem ao menos terão um vislumbre das satisfações que ela encerra, se continuarem com esta atitude e este código de conduta.
  • Para que um casamento seja verdadeiro, é preciso que haja compromisso e que se cumpra o que foi comprometido. Isso é resultado de uma partilha total e constante entre duas pessoas que trabalham juntas em função de um relacionamento duradouro.

Por mais que se tenha feito tudo certo, no sentido de se unir, durante o namoro e o noivado, dificilmente os noivos estarão perfeitamente unidos ao passarem pela cerimônia do casamento. A verdadeira união entre marido e mulher não acontece de uma hora para outra. Leva anos…

Quando o marido e a mulher começam a enfrentar os problemas e desafios da vida, aí sim, é que passam a conhecer o caráter um do outro. Geralmente, o começo da vida de casados é muito duro. No momento em que surgem dúvidas, decepções e frustrações, muitos chegam a pensar que cometeram um erro.

Casamento bem-sucedido não acontece por acaso, mas sim, quando duas pessoas buscam soluções para pequenos e grandes problemas, continuamente.

Platão usou uma escada para ilustrar o crescimento no relacionamento conjugal. As partes laterais da escada simbolizam o marido e a mulher, e os degraus representam os elementos que os mantêm unidos.  O degrau mais baixo é a atração física e o degrau mais alto é o amor a Deus. Todos os degraus são importantes e dependem um do outro a fim de manter a unidade da escada do casamento.

escada

2.         Relações Problemáticas

Casamento: sucesso ou fracasso? Depende das atitudes do casal. A conselheira matrimonial Nancy Van Pelt, fala que quando os casais estão em dificuldades, eles escolhem uma das três alternativas seguintes:

a) O divórcio é aceito freqüentemente; mas, na maioria das vezes, não é a escolha mais madura, pois geralmente não passa de um mecanismo de escape. Além de não trazer felicidade para a situação atual, não resolve os problemas e isto aumenta a probabilidade das mesmas decepções serem repetidas em relacionamentos posteriores.

b) O contentamento: é a alternativa de suportar um relacionamento de aparências, sem que haja esforço para melhorar a situação. Aliás, é mais fácil agir assim que encarar certas deficiências pessoais e fazer algo para superá-las. Essa também não é uma decisão feliz.

c) O esforço: é a decisão de enfrentar as dificuldades pessoais para conseguir transformar o casamento atual num casamento feliz. Mesmo os casais aparentemente incompatíveis podem aprender a superar suas deficiências. Pois não existe a “incompatibilidade de gênio”; o que existe é a falta de habilidade ou de interesse, em relacionar-se. Encarar as limitações pessoais não é nada fácil. Mas é a atitude mais sensata e madura. A caminhada rumo a um casamento completo é a caminhada que sai das atitudes infantis em direção ao amadurecimento pessoal.

3.     A comunicação

Quando duas pessoas estão conversando, as palavras transmitem somente 7% da comunicação. O restante da mensagem é passado através dos gestos, do tom da voz, das expressões faciais e da postura do corpo. Isso pode fazer com que a comunicação seja eficaz ou não.

O conselheiro Norman Wright divide a comunicação em cinco níveis. O nível 1 é o mais profundo e o nível 5 é o mais superficial.

Nível 5 – Comunicação Superficial.  Este é o nível de chavões como: “Olá! Como vai?” É uma conversa onde não se compartilha detalhes pessoais. Se a comunicação ficar neste nível, o relacionamento vai ficar maçante. Isso resultará em frustração e ressentimento.

Nível 4 – Comunicação de Idéias e Julgamentos. Neste nível, as pessoas apenas trocam informações, mas não fazem seus comentários, não dão opinião. Como os homens não gostam muito de expressar sentimentos, eles podem ser tentados a se comunicar neste nível.

Nível 3 – Comunicação Afetiva. É quando a conversa começa a ter a expressão de alguns sentimentos e opiniões. Aqui começa realmente uma comunicação de relacionamento.

Nível 2 – Comunicação de Sentimentos e Emoções.  Neste nível, você fala sobre o que vem de dentro. Você não esconde os sentimentos de raiva, de ressentimento ou de alegria. Se você compartilhar suas experiências com sinceridade com o seu cônjuge, mostrando que valoriza o que ele também sente, o relacionamento de vocês será enriquecido e ampliado.

Nível 1 – Comunicação Profunda. É quando a comunicação emocional e pessoal é completa. É claro que expressar os sentimentos mais íntimos pode envolver um risco de rejeição. Mas para que o relacionamento cresça, é necessário este nível de comunicação.

4 .        Como desenvolver uma boa comunicação?

  • Escolha a hora certa para falar com o(a) seu(sua) parceiro(a). Falar a coisa certa, na hora errada, geralmente não dá certo.
  • Fale com um tom de voz agradável. Nem sempre o que se diz é tão levado em conta, mas como se diz.
  • Vá direto ao ponto, de forma clara, mas sem agredir. Uma conversa confusa pode gerar mal-entendidos. Procure pensar enquanto fala, para poder expôr o que você deseja comunicar, de forma clara.
  • Procure ser positivo. 80% da comunicação nas famílias é de caráter negativo, como críticas, piadinhas, reprovações, etc. Suba o nível das conversas para uma comunicação mais positiva e completa.
  • Mesmo que você não concorde com o que esteja sendo dito, ouça com interesse. Seja cortês e respeite a opinião de seu cônjuge.
  • Considere as necessidades e os sentimentos dele(a), identificando nele(a) sentimentos de raiva, temor, ansiedade ou felicidade.
  • A conversação é uma arte. Busque oportunidades para desenvolvê-la. Quanto mais tempo um casal passar conversando um com o outro, mais alto será o seu nível de satisfação matrimonial (Nancy Van Pelt).
  • Quando estiver chateado com alguém, e for conversar sobre isso, procure expor como você sente diante do que aconteceu, em vez de apontar os defeitos da outra pessoa. Ao falar de um assunto difícil, a meta deve ser mostrar seus sentimentos quanto ao mesmo e não atacar a pessoa. Assim funciona: “Quando você fica até tarde no escritório, eu me sinto muito sozinha e abandonada.”  Assim não funciona: “Você trabalha demais, só pensa no trabalho.”
  • Não diga que vai fazer, se não fará; e não faça sem falar primeiro.

5.         O Relacionamento de Apoio

No Relacionamento de Apoio, não há luta pelo poder nem a imposição da vontade própria. Ao contrário, demonstra-se prontidão em negociar e ajustar as diferenças, até que se chegue em um acordo.

Provavelmente, o marido será o líder, mas não o ditador. Em algumas coisas, quem deve liderar é o homem, por causa da sua competência em certas áreas. Já em outros assuntos, por causa das suas aptidões, deixem que a mulher assuma o controle.

O homem e a mulher foram criados para que um complete o outro, no sentido de fazer com que o casamento seja um relacionamento de apoio interdependente. Para o bem-estar de uma relação sadia, os cônjuges, apesar de terem papéis diferentes, devem ser valorizados individualmente. Os dois são importantes.

O casal que se apóia discute menos e consegue fazer com que uma paz natural se instale sobre a família inteira.

6.         Compreendendo

Existe uma grande necessidade de compreensão entre os casais. Por isso, eles devem se esforçar para descobrir o que motiva, agrada, desagrada e preocupa o(a) companheiro(a), fazendo de tudo para identificar quais são os sonhos e as expectativas do outro. Estas atitudes permitem que o casal se beneficie de uma vida conjugal muito mais significativa.

Homens e mulheres geralmente pensam e sentem de forma diferente e é importante que ambos entendam alguns aspectos do sexo oposto para que haja compreensão em vez de desentendimento.

6.1 O que eles precisam saber

  • A maioria das mulheres passa por períodos de TPM (tensão pré-menstrual) bastante intensos. Neste perído, irritação, sensibilidade aguçada e oscilações do humor são frequentemente observados. Isto não é, como muitos dizem, “frescura”, mas consequência de uma série de alterações hormonais decorrentes deste período. Não a critique; neste momento, ela precisa de afeto ou, algumas vezes, um simples silêncio. Depois tudo volta ao normal.
  • Geralmente as mulheres têm mais necessidade de falar do que os homens. Elas tendem a ser mais detalhistas quando contam um acontecimento ou podem sentir a necessidade de simplesmente serem ouvidas sem, necessariamente, ouvir soluções. Portanto, não se preocupe tanto em dar conselhos, mas ofereça a ela sua atenção e compreensão.

6.2 O que elas precisam saber

  • Às vezes, as mulheres esperam que os homens “adivinhem” os seus sentimentos, pensamentos ou vontades sem que eles sejam falados claramente. Por isso, tente comunicar, de forma verbal, com seu cônjuge, aquilo que você quer que ele saiba, mesmo que isso pareça óbvio para você. O amor não adivinha magicamente. Cada um precisa abrir o coração e falar do que precisa.
  • Muitos homens preferem passar momentos de silêncio quando estão estressados ou cansados. Se ele não quiser conversar sobre alguma questão dele, respeite-o e aprenda a não tirar conclusões preciptadas de que tal atitude é algo contra você. 
 

Conclusão

Nesta lição, estudamos sobre comunicação íntima, comprometimento, cooperação mútua e compreensão. Você percebe que depois que estudamos a importância destes elementos para o crescimento da relação conjugal, podemos entender melhor por que muitos casamentos fracassam?

Mas não queremos que isso aconteça na sua família. Portanto, procure colocar todas essas dicas em prática. Nosso desejo é que, através destes ingredientes, o seu relacionamento se torne cada vez mais completo.

 Leia mais sobre o que estudamos em:            
Comunicação, a Chave Para seu Casamento. Norman H. Wright, Editora Mundo Cristão

Felizes no Amor. Nancy Van Pelt, Editora Casa Publicadora Brasileira

Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus. John Gray, Editora Rocco

Vida em Família. Ellen G. White, Editora Casa Publicadora Brasileira

Vida Familiar Transformada Pela Graça. Jeff Van Vonderen, Editora Betânia

Momento de Refletir

1. Diante de um conflito conjugal, como você reage? Se isola, conversa, pede divórcio, espera pela atitude do outro? Escreva abaixo como você costuma agir e reflita sobre os lados positivos e negativos desta conduta.

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2. Em que nível está sua comunicaçao com seu cônjuge? Se você ainda não chegou no nível 1, o que pode fazer para desenvolver esta comunicação?

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3. Faça uma lista junto com seu cônjuge, dividindo os papéis de cada um. Analise o que cada um pode fazer para cooperar com o outro.

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4. Tanto o homem como a mulher, possuem necessidades diferentes e que precisam ser compreendidas. Faça, juntamente com seu cônjuge, uma lista dessas necessidades individuais e compartilhe um com o outro. Coloque ambas as listas em um local onde os dois possam ver, para que, quando uma situação semelhante acontecer novamente, ambos lembrem da necessidade do outro de ser compreendido.