Ninguém no universo machuca mais do que as próprias preocupações beliscando a alma”
Bebês são o maior barato. Com eles, visitamos os extremos da vida: num momento você pira, logo depois morre de rir. Minha filha adrenalizada acaba de guardar os 5 controles remotos no cesto de roupa-suja na lavanderia. Pior é que ainda descobrimos 3 mamões-papaya na caixa plástica dos brinquedos e 4 havaianas dentro do balde na área de serviço. De onde esta maluquinha tirou a idéia de guardar tudo que é avulso em qualquer recipiente ao seu alcance? (Temo um dia pescar meu I-Phone no vaso sanitário!) E por que são assim? Sei lá! Bebês são o maior barato.
Outra coisa que me encanta – e espanta – é a absurda maturidade que eles têm para não guardar ressentimentos. Esquecem qualquer coisa com a mesma facilidade com que desviam a atenção pro outro lado. Nesta fase, de 12 a 15 meses, os especialistas em desenvolvimento infantil definem: “se não dá pra ver, não existe!” Isto é, só o que está ao alcance do olhar faz parte da sua vida – já que a memória é incrivelmente volátil retendo poucos segundos do que acabou de ocorrer. Por isso, as crianças nos obrigam reverenciá-los por privilégios assim. Um firme “não pode!” é imediatamente deletado do coração com um simples canudinho entregue nas mãos (minha filha é a maior fissurada por canudos no mundo!).
E nós? Com o cérebro mais desenvolvido, nosso HD de quase 80 tera-anos guarda um montão de coisas que, simplesmente, deveriam “não existir mais” porque “não dão pra ver mais”. Crianças dormem sonos de anjos, e nós nos corroemos com insônias envenenadas de mágoas. Surgem rugas de preocupação com o futuro e costas corcundas pelo peso das decepções do passado. Como dizem por aí, “as lembranças, hoje em dia, são a única coisa que um cirurgião plástico não consegue remover com bisturi a laser”. Pura verdade! Tem muita gente na escravidão de sua própria senzala mental, e vira-e-mexe são açoitados por momentos de raiva ou depressão.
Nesta semana, ouvi algo interessante: na vanguarda de nossos dias, todos acabam entendendo um pouco de computador, e um dos cliques mais comuns para qualquer habitante do ciberworld é apertar “delete” jogando coisas indesejáveis na lixeira. Tudo que não serve vai pra lá: fotos feias, vídeos antigos, arquivos em desuso, textos sem graça (espero que não do www.paicoruja.eu!!), enfim, se é mega-inútil vai já pra lixeira!
O problema é que mesmo neste lixão virtual cada byte continua intacto ocupando o disco rígido indefinidamente. Sua área de trabalho se vê livre de ícones e arquivos, mas o computador permanece delegando espaço para trazê-los de volta a qualquer momento – é só “restaurar”, e pronto, tudo utilizável novamente. Pra se ver livre do conteúdo de uma vez? Só acionando o comando “esvaziar lixeira” e, após confirmar outra vez a intenção, daí sim, HD esterilizado de mega-bobeiras para sempre (junto com uma “trilha musical” ridícula de papel amassando, já ouviu?).
Esvaziar a lixeira. Este é o problema! O supercomputador do nosso cérebro cisma em acumular gigas – e mais gigas-lembranças – intoxicadas de emoções nocivas e ressentimentos torturantes. A rotina do dia-dia, através do tempo, até joga na lixeira do passado, mas enquanto não sepultarmos no esquecimento, de repente, tudo pode voltar à tona delineando um presente infeliz.
Quer viver mais em paz? Esvazie a lixeira! Esqueça! Ou seja, deixe o que passou no passado e liberte-se do ontem cinzento. Não dá pra ter um estilo de vida com qualidade sendo manipulado pelo algoz cadavérico da memória emocional negativa. Lembre-se da lua-de-mel na Disney, mas pra quê recordar a briga durante uma fila por lá? Não esqueça o elogio do chefe pavimentando a promoção sonhada, porém dá pra apagar a imagem dos olhos-tortos com seus cotovelos doídos? Por que minimizar a amizade de tantos anos maximizando um único momento de nervos aflorados? Deixe disso! Esvazie a lixeira.
Só agora, como pai-coruja, compreendo melhor o que o Mestre avisou de maneira enigmática: “e quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira alguma entrará nele” (Marcos 18:17). Em seguida, os discípulos emudecidos deixaram uma creche inteira subir no colo dEle. Por que isso? Ora, o Rei queria escancarar de maneira prática o visto no passaporte para o desembarque no Seu Reino: esquecer, e ir adiante! Homens de sucesso adquirem, não facilmente, a habilidade de superar o passado e seguir em frente. Exatamente como minha filha, que acaba de se levantar do enésimo tombo, só hoje, e já está sorrindo distraída com um ímã de geladeira.
Enquanto saio pra correr de manhã, tenho lapidado meu inglês com um audiobook intitulado “The Hands-off Manager”, de Steve Chandler (algo como O Gerente de Mãos Desligadas). Recentemente, o autor me fez parar na pista, afirmando: “os outros não nos fazem mal, mas o que pensamos sobre o que os outros nos fazem, isto sim, é o que nos destrói”. Enquanto eles seguem seus caminhos, nós ficamos devastados com interpretações tão corrosivas quanto eternas. Na grande maioria das vezes, chafurdamos ressentidos ao mesmo tempo em que agressores alheios tocam suas vidas em berço esplêndido. Eles com sorrisos, e nós com olheiras. Quanto mais focarmos nas interpretações subjetivas, mais nutriremos uma auto-decepção, e maior força terá o passado sobre nós. É como um refém da areia movediça se esperneando na proporção do afundamento cada vez pior. Não tem super-herói no universo capaz de usar sabiamente seus super-poderes com uma mente auto-destrutiva – e o que dizer de nós, na categoria de pobres mortais?
O maior sábio do Antigo Testamento alertou: “porque como imaginas em tua alma assim és” (Provérbios 23:7). Bebês são o maior barato porque é nossa mente adulta que custa caro. A imaginação negativa acaba materializando assombrações inexistentes e fabricam-se atitudes contra ações que podem nem ter existido. Ou seja, as pessoas não são o problema, é o registro guardado a sete chaves da nossa análise unilateral do fato que atrapalha nossa paz. Não se desgaste à toa. Persistir incinerado por uma ofensa apenas consolidará o prejuízo sobre o único perdedor – você!
Há poucos dias fui um péssimo exemplo – levei uma rasteira de mim mesmo (é sempre patético tropeçar nos próprios pés). Alguém falou pra alguém que ouviu de alguém a observação de alguém sobre a crítica de alguém a meu respeito. TODOS estes “alguéns” não estavam nem aí pra sequer um fio de cabelo da minha costeleta enquanto eu, petrificado pela mágoa, ocupava um assento cativo na primeira fila do teatro de horror da autocomiseração. E o que tudo isso custou pra mim? Perdi deliciosos momentos com minha esposa, desprezei incalculáveis travessuras com minha filha, agi feito zumbi também assombrando outros e, sem perceber, alistei-me na mesma categoria destes “alguéns” – desconfiando, interpretando e acusando.
Foi quando num salto libertei-me do pesadelo. “Quer saber? Isto não é assassinato, na verdade, é suicídio emocional!”, pensei resignado. Ninguém no universo machuca mais do que as próprias preocupações beliscando a alma. E o pior? (Ou melhor?) Tempos depois descobri que a fumaceira não tinha fogo, sendo apenas uma neblina que já nos primeiros raios de sol desapareceu covardemente.
“Esquecendo-me das coisas que para traz ficam…” (Filipenses 3:13a) Quem sabe precisemos aprender na volta às fraldas! Caiu? “Olha o carrinho vermelho ali, filho!” Tropeçou? “Toma um Lego aqui, pra se distrair”. Machucaram você? “Pega um canudinho, princesa!” E, acima de tudo, siga adiante. Sempre. “…Avançando para as que diante de mim estão” (Filipenses 3:13b). Não seja estátua de sal olhando cacos do que ficou para trás – vá em frente! Fomos feitos para viver na plenitude da paz – de espírito, mente e corpo. Creio na superação do presente sobre as cicatrizes de um passado sonâmbulo.
E o futuro fica logo ali – carregado de esperança.
Livre.
Que tal? Aja agora mesmo. Escolha o conteúdo. Clique sem duvidar. Delete. Confirme imediatamente. Esqueça pra valer.
E seja mais feliz.
Lixeira esvaziada.
Ninguém no universo machuca mais do que as próprias preocupações beliscando a alma”
Bebês são o maior barato. Com eles, visitamos os extremos da vida: num momento você pira, logo depois morre de rir. Minha filha adrenalizada acaba de guardar os 5 controles remotos no cesto de roupa-suja na lavanderia. Pior é que ainda descobrimos 3 mamões-papaya na caixa plástica dos brinquedos e 4 havaianas dentro do balde na área de serviço. De onde esta maluquinha tirou a idéia de guardar tudo que é avulso em qualquer recipiente ao seu alcance? (Temo um dia pescar meu I-Phone no vaso sanitário!) E por que são assim? Sei lá! Bebês são o maior barato.
Outra coisa que me encanta – e espanta – é a absurda maturidade que eles têm para não guardar ressentimentos. Esquecem qualquer coisa com a mesma facilidade com que desviam a atenção pro outro lado. Nesta fase, de 12 a 15 meses, os especialistas em desenvolvimento infantil definem: “se não dá pra ver, não existe!” Isto é, só o que está ao alcance do olhar faz parte da sua vida – já que a memória é incrivelmente volátil retendo poucos segundos do que acabou de ocorrer. Por isso, as crianças nos obrigam reverenciá-los por privilégios assim. Um firme “não pode!” é imediatamente deletado do coração com um simples canudinho entregue nas mãos (minha filha é a maior fissurada por canudos no mundo!).
E nós? Com o cérebro mais desenvolvido, nosso HD de quase 80 tera-anos guarda um montão de coisas que, simplesmente, deveriam “não existir mais” porque “não dão pra ver mais”. Crianças dormem sonos de anjos, e nós nos corroemos com insônias envenenadas de mágoas. Surgem rugas de preocupação com o futuro e costas corcundas pelo peso das decepções do passado. Como dizem por aí, “as lembranças, hoje em dia, são a única coisa que um cirurgião plástico não consegue remover com bisturi a laser”. Pura verdade! Tem muita gente na escravidão de sua própria senzala mental, e vira-e-mexe são açoitados por momentos de raiva ou depressão.
Nesta semana, ouvi algo interessante: na vanguarda de nossos dias, todos acabam entendendo um pouco de computador, e um dos cliques mais comuns para qualquer habitante do ciberworld é apertar “delete” jogando coisas indesejáveis na lixeira. Tudo que não serve vai pra lá: fotos feias, vídeos antigos, arquivos em desuso, textos sem graça (espero que não do www.paicoruja.eu!!), enfim, se é mega-inútil vai já pra lixeira!
O problema é que mesmo neste lixão virtual cada byte continua intacto ocupando o disco rígido indefinidamente. Sua área de trabalho se vê livre de ícones e arquivos, mas o computador permanece delegando espaço para trazê-los de volta a qualquer momento – é só “restaurar”, e pronto, tudo utilizável novamente. Pra se ver livre do conteúdo de uma vez? Só acionando o comando “esvaziar lixeira” e, após confirmar outra vez a intenção, daí sim, HD esterilizado de mega-bobeiras para sempre (junto com uma “trilha musical” ridícula de papel amassando, já ouviu?).
Esvaziar a lixeira. Este é o problema! O supercomputador do nosso cérebro cisma em acumular gigas – e mais gigas-lembranças – intoxicadas de emoções nocivas e ressentimentos torturantes. A rotina do dia-dia, através do tempo, até joga na lixeira do passado, mas enquanto não sepultarmos no esquecimento, de repente, tudo pode voltar à tona delineando um presente infeliz.
Quer viver mais em paz? Esvazie a lixeira! Esqueça! Ou seja, deixe o que passou no passado e liberte-se do ontem cinzento. Não dá pra ter um estilo de vida com qualidade sendo manipulado pelo algoz cadavérico da memória emocional negativa. Lembre-se da lua-de-mel na Disney, mas pra quê recordar a briga durante uma fila por lá? Não esqueça o elogio do chefe pavimentando a promoção sonhada, porém dá pra apagar a imagem dos olhos-tortos com seus cotovelos doídos? Por que minimizar a amizade de tantos anos maximizando um único momento de nervos aflorados? Deixe disso! Esvazie a lixeira.
Só agora, como pai-coruja, compreendo melhor o que o Mestre avisou de maneira enigmática: “e quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira alguma entrará nele” (Marcos 18:17). Em seguida, os discípulos emudecidos deixaram uma creche inteira subir no colo dEle. Por que isso? Ora, o Rei queria escancarar de maneira prática o visto no passaporte para o desembarque no Seu Reino: esquecer, e ir adiante! Homens de sucesso adquirem, não facilmente, a habilidade de superar o passado e seguir em frente. Exatamente como minha filha, que acaba de se levantar do enésimo tombo, só hoje, e já está sorrindo distraída com um ímã de geladeira.
Enquanto saio pra correr de manhã, tenho lapidado meu inglês com um audiobook intitulado “The Hands-off Manager”, de Steve Chandler (algo como O Gerente de Mãos Desligadas). Recentemente, o autor me fez parar na pista, afirmando: “os outros não nos fazem mal, mas o que pensamos sobre o que os outros nos fazem, isto sim, é o que nos destrói”. Enquanto eles seguem seus caminhos, nós ficamos devastados com interpretações tão corrosivas quanto eternas. Na grande maioria das vezes, chafurdamos ressentidos ao mesmo tempo em que agressores alheios tocam suas vidas em berço esplêndido. Eles com sorrisos, e nós com olheiras. Quanto mais focarmos nas interpretações subjetivas, mais nutriremos uma auto-decepção, e maior força terá o passado sobre nós. É como um refém da areia movediça se esperneando na proporção do afundamento cada vez pior. Não tem super-herói no universo capaz de usar sabiamente seus super-poderes com uma mente auto-destrutiva – e o que dizer de nós, na categoria de pobres mortais?
O maior sábio do Antigo Testamento alertou: “porque como imaginas em tua alma assim és” (Provérbios 23:7). Bebês são o maior barato porque é nossa mente adulta que custa caro. A imaginação negativa acaba materializando assombrações inexistentes e fabricam-se atitudes contra ações que podem nem ter existido. Ou seja, as pessoas não são o problema, é o registro guardado a sete chaves da nossa análise unilateral do fato que atrapalha nossa paz. Não se desgaste à toa. Persistir incinerado por uma ofensa apenas consolidará o prejuízo sobre o único perdedor – você!
Há poucos dias fui um péssimo exemplo – levei uma rasteira de mim mesmo (é sempre patético tropeçar nos próprios pés). Alguém falou pra alguém que ouviu de alguém a observação de alguém sobre a crítica de alguém a meu respeito. TODOS estes “alguéns” não estavam nem aí pra sequer um fio de cabelo da minha costeleta enquanto eu, petrificado pela mágoa, ocupava um assento cativo na primeira fila do teatro de horror da autocomiseração. E o que tudo isso custou pra mim? Perdi deliciosos momentos com minha esposa, desprezei incalculáveis travessuras com minha filha, agi feito zumbi também assombrando outros e, sem perceber, alistei-me na mesma categoria destes “alguéns” – desconfiando, interpretando e acusando.
Foi quando num salto libertei-me do pesadelo. “Quer saber? Isto não é assassinato, na verdade, é suicídio emocional!”, pensei resignado. Ninguém no universo machuca mais do que as próprias preocupações beliscando a alma. E o pior? (Ou melhor?) Tempos depois descobri que a fumaceira não tinha fogo, sendo apenas uma neblina que já nos primeiros raios de sol desapareceu covardemente.
“Esquecendo-me das coisas que para traz ficam…” (Filipenses 3:13a) Quem sabe precisemos aprender na volta às fraldas! Caiu? “Olha o carrinho vermelho ali, filho!” Tropeçou? “Toma um Lego aqui, pra se distrair”. Machucaram você? “Pega um canudinho, princesa!” E, acima de tudo, siga adiante. Sempre. “…Avançando para as que diante de mim estão” (Filipenses 3:13b). Não seja estátua de sal olhando cacos do que ficou para trás – vá em frente! Fomos feitos para viver na plenitude da paz – de espírito, mente e corpo. Creio na superação do presente sobre as cicatrizes de um passado sonâmbulo.
E o futuro fica logo ali – carregado de esperança.
Livre.
Que tal? Aja agora mesmo. Escolha o conteúdo. Clique sem duvidar. Delete. Confirme imediatamente. Esqueça pra valer.
E seja mais feliz.
Lixeira esvaziada.
Fonte: www.paicoruja.eu