Para manter sua casa protegida, cada vez mais os brasileiros investem em itens de segurança residencial. Cerca elétrica, alarme, câmeras de monitoramento e portão eletrônico são itens básicos em diversas localidades. Outros optam por morar em condomínios que ofereçam um pacote completo de segurança privada. Em todos os casos, os custos são elevados em um mercado que movimenta bilhões de reais.

Investir na segurança do patrimônio de fato é importante. Entretanto, alguns não percebem que outro tipo de segurança, ainda mais necessário, tem sido negligenciado. Falamos da segurança emocional que se pode alcançar no companheirismo de um casamento harmonioso e de uma vida em família em que há amor e respeito. Ao enfrentar as situações mais desafiadoras em um mundo cheio de in- certezas, marido, mulher e filhos precisam saber que há um lugar para voltar depois de um dia difícil de atividades.

Precisamos de um lugar em que existam aceitação e com- preensão. Foi por isso que Deus criou o casamento e a família. Ele deseja prover aos seres humanos a comunidade necessária para que consigam vencer juntos as dificuldades da vida. Embora haja momentos desafiadores, as re- compensas são extraordinárias.

A Bíblia está cheia de conselhos para nos ajudar a desenvolver relacionamentos familiares bem-sucedidos, que ofereçam segurança emocional. Na verdade, é impossível impedir que os relacionamentos familiares sofram danos ou feridas. Contudo, à medida que aplicamos o conheci- mento milenar da Bíblia às nossas relações familiares, nos fortalecemos. Isso, porém, só ocorre quando separamos tempo para estar uns com os outros, crescendo juntos.

CONTA BANCÁRIA EMOCIONAL

Como casal, amamos ficar sozinhos, só nós dois. Agora que estamos casados há mais de 30 anos e temos o privilé- gio de trabalhar juntos, temos várias atividades preferidas e lugares para visitar. Somos gratos porque Deus nos uniu e tentamos colocar em prática todos os dias, em nosso rela- cionamento, os conselhos que encontramos na Bíblia. Um dos versículos que gostamos de aplicar à nossa comunica- ção conjugal está em Tiago 1:19: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se”.

Trabalhar juntos, como fazemos, é gratificante, mas também desafiador. Assim, decidimos reservar momentos a sós e encontrar motivos para comemorar com frequência, com o objetivo de conservar nosso casamento prazeroso. Depois de dedicarmos vários dias à realização de projetos, uma de nossas atividades preferidas é ir a algum restaurante. Embora tomemos cuidado para não exagerar, gostamos disso e encontramos uma razão para celebrar Deus e a vida enquanto saboreamos uma refeição.

Nossos filhos não moram mais conosco. No entanto, toda vez que temos a oportunidade de estar juntos, passamos tempo visitando a família e desfrutando sua companhia. Seja nos divertindo com algum passatempo, saboreando nossos pratos preferidos, visitando um museu ou indo à igreja, somos lembrados de que pertencemos uns aos outros e nos sentimos gratos a Deus por Sua bondade para conosco. Quando estamos longe um do outro, permanecemos conectados e entramos em contato de maneira regular. É claro que isso só ocorre porque nós planejamos. Trata-se de um investimento que vale a pena para a saúde e a força de nosso casamento e de nossa família.

O plano de Deus para o casamento se cumpre mais facilmente quando os casais usam um conceito chamado “conta bancária emocional”. Ela é semelhante a qualquer conta bancária. Só é possível sacar de uma conta quando ela tem fundos. Todos sabemos o que acontece quando fazemos mais saques do que depósitos. Acabamos no vermelho! Se, com frequência, gastamos além do saldo disponível em conta, em breve, a dívida será impagável!

Isso se aplica a seu relacionamento conjugal. Se a única coisa que você faz é tirar o que puder, sem contribuir primeiro para o bem estar do seu cônjuge, não pode esperar conseguir algo positivo de seu casamento. Quando você é gentil com seu cônjuge, está fazendo depósitos na conta bancária emocional dele. Quanto mais depósitos você fizer, mais rico seu relacionamento será. O contrário a tentativa de retirar mais do que você deposita os levará à falência.

Então, como você está se saindo nos depósitos da conta bancária emocional de seu cônjuge? Você é bondoso e paciente? Apoia, encoraja e perdoa com regularidade? Ou é cínico, impaciente, crítico, exigente, difícil e ofensivo?

Não importa o quanto seu relacionamento tem sido complicado. As coisas podem mudar se você agir de maneira diferente. Em vez de pensar no que você quer receber, comece a olhar para o casamento da perspectiva do que você pode dar. Então, observe a conta bancária emocional de seu cônjuge engordar cada vez mais, até transbordar com a moeda da boa vontade.

As seis atitudes a seguir podem ajudar qualquer casal a encontrar segurança emocional e alegria no relacionamento a dois. Além disso, os filhos e todos aqueles com quem convivem serão beneficiados pelo ambiente de paz e segurança.

PARE DE ROTULAR SEU RELACIONAMENTO

Se você deseja oferecer um ambiente de segurança emocional para seu cônjuge, pare de pensar que seu casamento é problemático. Em vez disso, dedique-se a planejar as mudanças necessárias nele. Gostamos de pedir às pessoas que se perguntem: “Eu tenho um bom casamento com alguns momentos problemáticos ou tenho um casamento ruim com uns poucos momentos agradáveis?” Trata-se do famoso provérbio: “O copo está meio cheio ou meio vazio?” Os casais dispostos a encontrar o bem em seu relacionamento e no cônjuge têm mais facilidade de resolver os conflitos e ter uma vivência mais satisfatória. Comece a acreditar que seu casamento vale a pena, e você e seu cônjuge começarão a agir para que isso se torne realidade.

”Quando você é gentil com seu cônjuge, está fazendo depósitos na conta bancária emocional dele.”

Em realidade, qualquer casamento pode mudar para melhor se o casal acreditar nele e estiver disposto a se compro- meter com o fortalecimento de seus vínculos. A Palavra de Deus declara: “Tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23).

APRENDA E PRATIQUE AS HABILIDADES DA COMUNICAÇÃO EFICAZ

Isso pode parecer muito óbvio e instintivo. Mas a verdade é que não se trata de algo que nascemos sabendo. Não

é nada fácil. Embora nos comuniquemos desde que nascemos, a maioria de nós desenvolveu métodos falhos ou incorretos de comunicação. Aprendemos a nos comunicar em nossa família e trazemos esses padrões bons e ruins para nosso casamento. Além disso, o que funcionou bem em nosso lar de origem ou com nossos amigos pode não dar certo no casamento, com o cônjuge. Cada um necessita estar disposto a fazer ajustes em seu estilo de comunicação e relacionamento, a fim de aumentar a qualidade da vida conjugal. Geralmente, a maioria das divergências acontece porque as pessoas estão mais dispostas a falar do que a ouvir as necessidades, vontades e mágoas do cônjuge.

Há diversos problemas no casamento que, de fato, não são problemas. Muitas questões podem ser resolvidas quando se toma tempo para ouvir e buscar compreensão mútua. Lembre-se do conselho de Tiago 1:19, sobre ser rápido em ouvir, mas lento em falar e se irar.

”O perdão ajuda no processo de cura. Ele faz você abrir mão da necessidade de punir a outra pessoa. Também coloca você na posição de consertar o que está quebrado em seu relacionamento.”

Descubra o que seu cônjuge gosta, faça isso e continue a fazer. Descubra o que ele não gosta e pare de fazer!

Antes de casar, o homem e a mulher costumam tomar cuidado para se apresentar da melhor maneira, ser o melhor namorado ou a melhor namorada. Esforçam-se para descobrir aquilo de que a outra pessoa gosta, a fim de fazê-la feliz. No entanto, depois que passam a cerimônia matrimonial e a lua de mel, acham que não precisam mais fazer coisas especiais um pelo outro. É claro que essa mudança faz o cônjuge se sentir desvalorizado. Então, ouvimos mui- tos dizerem que se casaram com a pessoa errada. Contudo, esse não é exatamente o problema. A questão é que cada um parou de ser a pessoa certa. Para piorar, começam a irritar um ao outro, fazendo exatamente as coisas que sabem que desagradam o cônjuge.

Se os casais colocarem em prática a regra de ouro de Mateus 7:12, verão seu casamento literalmente florescer e se tornar prazeroso: “Em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam”.

PERDOE COM FREQUÊNCIA

No casamento – o mais íntimo dos relacionamentos – os cônjuges sofrem mágoas1 de vez em quando. Por isso, necessitam aprender a se perdoar mutuamente. Às vezes, um magoa o outro sem querer. Há ocasiões também em que as pessoas ferem as outras ao proferir ofensas e maldades, em retaliação pela dor que estão sentindo. Há injúrias que são fáceis de ignorar, outras são mais difíceis de perdoar e há ainda aquelas que deixam cicatrizes profundas e duradouras.

Perdoar alguém que lhe fez mal é a parte mais difícil de amar. Contudo, não dá para continuar amando de verdade sem fazer isso. Perdoar não é se tornar um capacho para ser pisado. Não é tornar o outro menos responsável por seus atos nem simplesmente esquecer. De fato, o perdão ajuda no processo de cura. Ele faz você abrir mão da necessidade de punir a outra pessoa. Também coloca você na posição de consertar o que está quebrado em seu relacionamento. Por meio do poder de Deus, você será capaz de conceder o dom do perdão a seu cônjuge. Romanos 5:8 ensina: “Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (ARA).

RIA MUITO

“Rir é o melhor remédio”, diz o antigo provérbio. Isso ainda é verdade. Aliás, pesquisas científicas descobriram que o riso tem benefícios fisiológicos e neurológicos. Ele ajuda a reduzir o estresse, estimula o sistema imunológico, reduz a pressão sanguínea, une os casais e revigora o relacionamento. Aconselhamos maridos e mulheres a encontrar motivos para rir e parar de se preocupar com coisas pequenas. Muitas questões que os casais enfrentam não passam de diferenças normais. É possível aprender a rir até mesmo desses desentendimentos não intencionais. Provérbios 17:22 diz: “O coração alegre é bom re- médio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (ARA).

ORE

Foi Deus, o Criador, quem criou o casamento. Por isso é essencial que o Senhor esteja no centro do seu relacionamento conjugal. Mas não adianta dizer isso da boca para fora. É necessário manter comunhão significativa com Ele e reconhecer constantemente Sua presença em meio às lutas da família. Peça a Deus que cure seu casamento e, então, espere o milagre. O Senhor “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós” (Efésios 3:20, ARA). Também dize- mos aos casais: se vocês acreditassem que Deus está presente enquanto conversam um com o outro, realmente diriam algumas das coisas que costumam dizer? Em especial, se você pede a Deus todos os dias que perdoe seus pecados e derrame graça e misericórdia sobre sua vida, como seria capaz de fazer menos por seu cônjuge? Deus promete que, se O buscarmos com humildade em oração, Ele nos ouvirá, perdoará e sarará nossas feridas (2 Crônicas 7:14).

O casamento é, ao mesmo tempo, extraordinário, maravilhoso e difícil. Extraordinário e maravilhoso porque foi projetado pelo Criador para que provesse acolhimento e segurança emocional; difícil, por unir dois seres humanos falhos, imperfeitos e egoístas, que parecem se tornar ainda mais falhos e egoístas depois de casados. Os casais precisam enfrentar essa realidade e trabalhar unidos como amigos e parte do mesmo time. Juntos, devem combater o inimigo que ameaça destruir a intimidade mútua e construir um ambiente de segurança emocional com a bênção de Deus.

Esse é um artigo do livro Esperança para a Família ”O CAMINHO PARA UM FINAL FELIZ” que você pode acessá-lo completo através do link abaixo.