O Transtorno do Pânico é considerado um transtorno de ansiedade que é caracterizado por crises de intensa ansiedade e medo. Normalmente tais crises são repentinas e inesperadas e uma vez que a pessoa vivencia uma crise, ela fica com medo de ter novas crises, desenvolvendo nela o “medo de ter medo” novamente.
As pessoas que já passaram por uma crise de pânico sabem o quanto ela é desconfortável. A pessoa que apresenta a crise do pânico tem a sensação, no momento da crise, de estar morrendo ou tendo um ataque cardíaco por causa dos seguintes sintomas: taquicardia, sensação de falta de ar, sensação de aperto no peito, formigamento nas extremidades, calafrios ou ondas de calor, enjôo, sensação de estar perdendo o controle ou de estar ficando louco, sensação de desmaio, sudorese difusa (no corpo todo) ou localizada (mãos e pés), despersonalização (a pessoa tem a sensação de não ser ela mesma, sensação de sair do seu próprio corpo; esta sensação pode acontecer com pessoas ansiosas no momento ou fora do momento de crise do pânico) ou desrealização (sensação de o ambiente em volta ser ou estar diferente). Apesar da sensação de morte iminente, ataque cardíaco ou enlouquecimento, o pânico não mata ninguém! Mas é importante que, apresentando estes sintomas, a pessoa consulte um médico e se submeta a exames cardíacos e neurológicos para que qualquer possibilidade de presença de problemas físicos seja descartada.
Uma característica fundamental que diferencia um ataque de pânico de um ataque cardíaco ou enlouquecimento é o medo. Quando temos um ataque cardíaco ou surtos psicóticos, não há a sensação de medo envolvida, e no pânico sempre haverá o medo presente.
O ataque de pânico é autocontrolável, ou seja, por mais que você não faça nada para que ele termine, o próprio corpo fará com que ele cesse. Isto acontece porque quando o coração dispara e sentimos a taquicardia e a conseqüente falta de ar (sistema nervoso simpático funcionando), isto se torna um alerta para que o sistema nervoso parassimpático entre em ação, fazendo com que os movimentos do coração diminuam e sejam novamente equilibrados e isto faz com que muitos outros sintomas – falta de ar, formigamento, dor no peito, etc. – desapareçam. Por isso, não fique preocupado se não conseguir controlar o pânico porque o seu próprio corpo entrará em ação!
Aqui vão algumas dicas para quando você sentir que vai ter uma crise de pânico ou se você estiver tendo uma:
1) Primeiro de tudo, respire fundo, inspirando e expirando lentamente. É comprovado cientificamente que o exercício da respiração corta as crises de pânico em quase todos os casos! Isto acontece porque um dos sintomas na crise do pânico é a taquicardia, ou seja, a aceleração do coração, que nos dá a sensação de que vamos morrer, ter um ataque do coração ou nos descontrolarmos. Mas isto não acontece na crise do pânico; é só uma sensação! E quando respiramos lentamente, a respiração regula novamente os batimentos cardíacos, fazendo com que a os batimentos cardíacos voltem ao normal e, desta forma, diminua a sensação de falta de ar, de sufocamento e outras coisas ruins que sentimos quando temos o pânico.
2) Procure concentrar-se em alguma coisa fora de você quando sentir que terá o pânico ou se já estiver tendo. Olhe para alguma coisa que esteja acontecendo ao seu redor e preste atenção naquilo. Quando temos o pânico, a nossa tendência é de nos concentrarmos muito em nós mesmos, no que estamos pensando, no que estamos sentindo e quando desviamos a nossa atenção para algo fora de nós mesmos a sensação do pânico vai diminuindo. Faça isso junto com a respiração.
3) Aceite a sua ansiedade! Quando temos o pânico podemos não aceitar que estamos ansiosos e quanto mais pensarmos “eu não posso estar ansioso”, acabamos nos sentindo mais ansiosos ainda por percebermos que a ansiedade não vai embora!
4) Quando se sentir muito ansioso e com pânico, chame alguém e peça para que fique com você por alguns minutos. A companhia de alguém nestas horas pode ser importante para nos sentirmos melhor. As crises de pânico duram poucos minutos e não matam, por mais que a sensação seja a de que você vai morrer!
Pessoas com Transtorno do Pânico podem freqüentemente desenvolver o que chamamos de Agorafobia. Agorafobia também é um transtorno de ansiedade que faz com que a pessoa evite permanecer ou até mesmo ir a lugares ou situações nos quais qualquer escape – no caso de ter pânico ou algum mal estar – seria difícil ou embaraçoso. A pessoa que já viveu ataques de pânico pode desenvolver também o medo de ir a lugares onde ela já teve o ataque de pânico anteriormente. Por isto, o Transtorno do Pânico pode prejudicar a vida profissional, social e estudantil da pessoa envolvida. Caso ela tenha um ataque de pânico no ambiente de trabalho, o medo de voltar àquele lugar pode ser grande o suficiente para que a pessoa não queira mais ir até lá. Isto pode fazer com que os pacientes com o pânico fiquem dependentes de outras pessoas para saírem de casa ou fazerem quaisquer atividades nas quais o medo de ter o pânico esteja presente.
Portanto, se você está com o Transtorno do Pânico procure ajuda especializada e adequada de um psiquiatra e um psicólogo. É possível que nos meses iniciais seja necessário o uso de algum medicamento, dependendo do grau da ansiedade, para que a ansiedade muito alta – que faz com que os ataques de pânico aconteçam – seja controlada e a pessoa volte às suas atividades normais. Mas é importante também que, além do medicamento (que normalmente é temporário), a pessoa procure entender e trabalhar com possíveis conflitos que estejam contribuindo para esta ansiedade. A ajuda do psicólogo, neste caso, é fundamental.
Fonte: novotempo.com/lugardepaz