Todos nos defrontamos com situações na vida que desagradam e frustram. Pode ser na família, no trabalho ou na comunidade religiosa. Que fazer? Fugir? Atacar? Negar? Manipular? Fingir que está tudo bem?
Não somos obrigados a ter que gostar da realidade, mas precisamos aceitá-la como ela realmente é. Aceitar é diferente de concordar. Quando a aceitamos nossa realidade com humildade, abaixamos as armas e podemos começar a ter serenidade, que é o contrário de ansiedade excessiva, da tensão que gera nervosismo e do estresse pela tentativa de controlar o que é incontrolável.
Pense hoje assim: este dia é precioso demais para mim para que eu o desperdice com ressentimentos pelas coisas que eu não posso mudar. Cada minuto de minha vida é muito valioso! Quero viver com melhor qualidade de vida emocional. Então, vou cuidar melhor de mim, começando com aceitar o que não posso modificar nas pessoas, na realidade e em mim mesmo. Isso não é derrotismo. É realismo e humildade. É força.
Há coisas muito perto de nós que nos incomodam. Pode ser o jeito de alguém falar com você, ou a forma como a outra pessoa funciona em casa que, para você, é fora de lógica ou é de um jeito que viola os princípios que você gostaria que ela tivesse, por exemplo. Mas isso o ajuda a ver sua impotência. Você não pode mudar outra pessoa. Ninguém pode.
Assim, o melhor é aprender a abrir seu coração para pessoas confiáveis, e tirar suas mãos de qualquer atitude que signifique controle. A melhor pessoa para você tentar controlar é você mesmo(a). Mesmo assim no sentido de amadurecimento, de autocontrole emocional, de controlar sua tendência autodestrutiva.
Em seguida, olhe para o outro como a realidade indica: uma pessoa diferente de você, que tem os valores dela, alguém com individualidade, com defeitos e virtudes, com coragem e medos. Isso nos diz que não só não conseguimos mudar a outra pessoa, como diz que o melhor para sua paz interior é você cuidar de sua vida e deixar a outra pessoa viver. Tire suas mãos dela e viva sua vida com liberdade e responsabilidade.
Não faça da outra pessoa o centro de sua vida, a fonte de sua segurança e felicidade. Fazer isso é criar uma armadilha para você mesmo(a) cair nela. Vá fazendo isso um dia de cada vez, um momento de cada vez. E quando recair, seja na tentativa de mudar o outro, e perceber isso, perdoe a si mesmo(a) e retome a decisão de viver sua vida e deixar a outra pessoa viver a vida dela.
Trate-a bem, mas proteja a si mesmo tanto no sentido de evitar depender dela mais do que precisa, assim como evitar fazer por ela mais do que ela realmente precisa. Fazer por alguém mais do que esse alguém precisa, é superproteção e ao você superproteger atrapalha a outra pessoa de assumir a vida dela e as angústias que só ela poderá experimentar e encontrar saídas.
Quando alguém não acredita que consegue lidar com suas lutas interiores, quer superproteção, e vai superproteger o outro também, porque não acredita que este outro possa encontrar recursos próprios para lidar com as dores e problemas dele(a). Assim, você se sobrecarrega desnecessariamente e pode até desenvolver irritação pela pessoa, como se ela é que exigisse de você ter que cuidar dela, quando na verdade, é você que ainda não acreditou na capacidade dela de resolver problemas na vida.
Procure, então, pelo menos só por hoje amar a si próprio(a) o suficiente para desistir de lutar contra alguma coisa que esteja fora do seu controle. Se insistir em lutar contra o que você não pode mudar, vai se frustrar, se irritar, ou se deprimir e se esgotar.
Viva agora. Só por hoje. E amanhã faça a mesma coisa: viva sua vida com vibração, alegria, gratidão, pé no chão, com serenidade para aceitar as coisas que não pode mudar, coragem para mudar as que você pode, e clamando por sabedoria para distinguir as que pode e as que não pode mudar, além da força para agir.
Dr. Cesar Vasconcellos de Souza/PortalNatural